São Tomé e Príncipe espera atrair investimento chinês e lusófono

PorExpresso das Ilhas, Lusa,8 jul 2019 7:52

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​O Governo são-tomense pretende captar investimento para o país, através de parcerias com empresários da China e dos restantes países de língua portuguesa, no encontro empresarial que começa na segunda-feira e vai reunir pelo menos 150 potenciais investidores.

Em declarações à agência Lusa, o director da Agência de Promoção, Comércio e Investimento (APCI), Rafael Branco, referiu que este encontro, que termina na terça-feira, é “uma oportunidade” para “atrair investimentos privados estrangeiros”, mas reconheceu que “o ambiente de negócios e a cultura predominante na administração publica não facilitam a realização de investimento” no país.

O responsável considerou que é importante “sensibilizar os principais actores da administração para a importância do investimento estrangeiro nas condições particulares do país neste momento”.

“Não basta ser um país belo, não basta ter um código de investimento atrativo, é sobretudo a maneira como lidamos, tratamos, apoiamos, acarinhamos, seguimos e protegemos o investidor que faz a atração do investimento”, acrescentou, admitindo que é preciso minimizar também “os riscos políticos de natureza jurídica, que pesam bastante na tomada de decisão” de investimento.

Além dos cerca de 150 representantes estrangeiros, deverão participar no 14.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa pelo menos 170 empresários são-tomenses, segundo a mesma fonte.

De acordo com Rafael Branco, a grande maioria dos participantes estrangeiros é oriunda da China, mas também haverá empresários portugueses, angolanos, moçambicanos e timorenses.

O responsável lamentou a ausência do Brasil que “por razões de natureza interna” não estará presente neste evento.

Rafael Branco considerou que a organização conseguiu “uma boa representação dos países, de associações de empresários e de empresários individuais” para este encontro de dois dias, cujo lema é ‘Promovendo o Crescimento Económico e a Prosperidade Partilhada’.

A abertura do evento será feita pelo primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, após a intervenção do secretário-geral adjunto do Secretariado Permanente do Fórum Macau, Ting Tian, e do vice-presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau.

Os empresários deverão apresentar no encontro cerca de 60 projetos, dos quais cerca de metade ligados ao setor do turismo, sendo os restantes das áreas da agricultura, infraestruturas e transformação de produtos, comércio e serviços.

Rafael Branco reconheceu que o seu país tem “poucos empresários nacionais preparados para fazer parcerias com estrangeiros”, mas manifestou a esperança de que o encontro possa levar a “entendimentos a execução de alguns projectos”.

“Esta é uma ocasião especialmente oportuna para nós fazermos promoção junto aos nossos parceiros exteriores, particularmente na China, que é um país distante e que estará representada no fórum por associações de diversas províncias”, explicou o director da APCI.

A 14.ª edição do encontro é organizada pela Agência de Promoção do Comércio e Investimento de São Tomé e Príncipe, pelo Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China e pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau.

Durante o encontro, será abordada a posição geoestratégica do mercado são-tomense para África, pela economista Maria das Neves, antiga primeira-ministra são-tomense, enquanto o ex-ministro Carlos Tiny vai falar sobre o investimento da China em África.

Em entrevista à agência Lusa no final de Junho, a secretária-geral do Fórum de Macau, Xu Yingzhen, considerou que este encontro empresarial é “uma oportunidade para aumentar a eficácia do Fórum” e assim “servir melhor” as relações comerciais entre a China e os países lusófonos.

“Acho que podemos, através destes encontros, nomeadamente este primeiro encontro que se vai realizar em São Tomé, promover um maior conhecimento entre as empresas da China e os países de língua portuguesa”, disse.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,8 jul 2019 7:52

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  2 abr 2020 23:21

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