ONU pede a governos e redes sociais medidas para travar crimes de ódio

PorExpresso das Ilhas, Lusa,6 ago 2019 12:27

O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU pediu hoje a governos e empresas que gerem redes sociais que adoptem medidas para travar os discursos de ódio contra etnias, religiões ou outros grupos.

"Pedimos aos administradores de redes sociais e aos governos que trabalhem juntos no desenvolvimento de legislação que tenha em conta a base dos direitos humanos para reduzir os riscos de novos crimes de ódio", indicou o porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville.

No sábado em El Paso, uma cidade do Texas maioritariamente hispânica localizada perto da fronteira com o México, um homem de 21 anos abriu fogo num centro comercial, matando 22 pessoas (oito cidadãos mexicanos) e ferindo outras 26.

O suspeito terá divulgado um manifesto na internet antes do ataque em que defendia a necessidade de os "brancos" deterem a "invasão" de imigrantes, especialmente dos hispânicos.

Colville assinalou a preocupação do organismo das Nações Unidos com "o aumento de ataques nos Estados Unidos contra sinagogas, mesquitas ou o do clube nocturno de Orlando" (em Junho de 2016 pelo menos 50 pessoas foram mortas e 53 feridas na discoteca LGTBI).

"Condenamos o racismo, a xenofobia e a intolerância em todas as suas formas, incluindo o supremacismo branco e apelamos a todos os governos, entre eles o dos Estados Unidos, para tomarem medidas para erradicar a discriminação", adiantou o porta-voz.

Face às vozes que acusam o presidente norte-americano, Donald Trump, de ter favorecido discursos racistas, Colville disse que "as autoridades têm a responsabilidade de as suas acções não contribuírem de modo algum para estereótipos que levem à discriminação ou violência".

O ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama criticou na segunda-feira a existência de intervenções públicas no seio da sociedade que "normalizam sentimentos racistas", criando um clima de medo e ódio que pode desembocar em episódios de grande violência.

Falando a propósito dos dois tiroteios nos Estados Unidos que provocaram pelo menos 32 mortos no fim de semana, Obama rejeitou vigorosamente "retóricas susceptíveis de encorajar" actos de violência, sem nunca nomear Trump.

No mesmo dia, o presidente norte-americano classificou os tiroteios como "crimes contra a humanidade" e defendeu que o país deve condenar a ideologia da supremacia branca.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,6 ago 2019 12:27

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  30 abr 2020 23:21

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