​OIM alerta para "consequências devastadoras" se ofensiva continuar na Síria

PorExpresso das Ilhas, Lusa,15 out 2019 15:20

A Organização Internacional das Migrações (OIM) alertou hoje para as "consequências devastadoras" de um possível prolongamento da ofensiva turca no nordeste da Síria, afirmando já estar "profundamente preocupada" perante "a rápida deterioração da situação humanitária" no terreno.

"AOIM está profundamente preocupada com a rápida deterioração da situação humanitária no norte da Síria, onde combates intensos estão a deslocar centenas de milhares de civis", disse a organização liderada pelo português António Vitorino numa nota hoje divulgada na sua página na Internet.

Segundo a OIM, citando dados fornecidos por parceiros humanitários, cerca de 190 mil pessoas terão fugido das respectivas casas no nordeste da Síria desde o início da mais recente ofensiva militar turca naquele território, na passada quarta-feira.

"Todas as partes do conflito devem cumprir o Direito Humanitário Internacional. Os funcionários humanitários devem ter acesso aos deslocados, de forma a prestar assistência médica urgente e de salvamento de vidas", apelou o director-geral da OIM, António Vitorino, citado na nota informativa, reforçando que a ajuda humanitária é "urgentemente necessária" nas áreas afectadas pelos confrontos.

A OIM referiu que está preparada para ampliar a sua resposta humanitária naquela região, caso o número de pessoas deslocadas aumente e consequentemente as respetivas necessidades de assistência e de segurança.

"O ciclo de deslocamentos sucessivos é particularmente preocupante. As operações militares continuadas terão consequências devastadoras para os sete milhões de pessoas que vivem no norte da Síria", salientou Vitorino.

A OIM lembrou que muitos dos 6,1 milhões de deslocados internos verificados na Síria têm sido forçados a fugir das respectivas casas diversas vezes, em alguns casos após um regresso às respectivas comunidades.

Entre maio e agosto deste ano, os combates, neste caso no noroeste da Síria, obrigaram ao deslocamento de cerca de 400 mil sírios.

Sobre a actual ofensiva turca e os meios destacados no terreno, a OIM relatou que, na segunda-feira, equipas de avaliação e resposta rápida da organização (designadas como RART, na sigla em inglês) foram enviadas para Sahela, na região curda no Iraque, e prestaram assistência a um grupo de 182 pessoas que tinham fugido dos confrontos no nordeste sírio e entrado naquele território por pontos de entrada não oficiais.

A acompanhar estas equipas da OIM, estavam dois médicos e um psicólogo.

O grupo de 182 pessoas foi transportado posteriormente para acampamentos erguidos naquela zona, onde, segundo os deslocados, já estavam instalados alguns dos seus familiares e amigos.

A OIM lembrou ainda que apoia os deslocados sírios e as comunidades anfitriãs desde o início do conflito na Síria, em 2011.

A Turquia lançou na quarta-feira (dia 09 de Outubro) uma operação militar, que inclui alguns rebeldes sírios, contra a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), grupo que considera terrorista, mas que é apoiado pelos ocidentais para combater o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Ao sétimo dia da ofensiva turca no nordeste da Síria, as forças de Ancara já tomaram uma faixa fronteiriça de perto de 120 quilómetros.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) divulgou um balanço com 70 civis mortos, assim como 135 combatentes das YPG e 120 combatentes pró-turcos.

Ancara deu conta da morte de cinco soldados turcos, um dos quais já hoje.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,15 out 2019 15:20

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  2 jul 2020 23:20

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