Faustino Imbali demite-se e CEDEAO reforça força militar na Guiné-Bissau

PorExpresso das Ilhas,8 nov 2019 17:21

Prazo dado pela CEDEAO já tinha terminado quando o primeiro-ministro nomeado por José Mário Vaz apresentou a demissão.

A CEDEAO, na quarta-feira, tinha dado 48 horas para que o governo liderado por Faustino Imbali apresentasse a sua demissão sob pena de aplicação de pesadas sanções se não o fizesse.

A demissão de Imbali aconteceu esta sexta-feira ao fim da tarde e José Mário Vaz, num comício eleitoral disse que, ao não insistir no cumprimento da ordem para a entrada em funções do Governo de Faustino Imbali, evitou uma guerra civil entre os guineenses.

Segundo a Deutsch Welle, Faustino Imbali, do Partido de Renovação Social (PRS) escreveu uma carta de demissão ao chefe de Estado, criticando a opção da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de não reconhecer o seu governo.

"Ao adoptar esta posição, a CEDEAO usurpou os poderes dos cidadãos da Guiné-Bissau e ditou que todos os outros aspectos da nossa democracia parlamentar e semipresidencial devem ser suspensos, em flagrante violação da nossa Constituição, visando promover e aplicar o objectivo mal formado e mal informado da CEDEAO", afirma Imbali.

Na documento de duas páginas, Imbali refere que a história da Guiné-Bissau "está repleta de sangue" e disse não ter dúvidas de que a actual situação política do país "é também resultado das interferências estrangeiras".

Entretanto, segundo a Lusa, a CEDEAO decidiu reforçar a força militar na Guiné-Bissau e advertiu o Presidente de que qualquer tentativa de usar as Forças Armadas para impor um acto ilegal será “considerada um golpe de Estado”.

No comunicado final da cimeira extraordinária realizada hoje em Niamey, no Níger, os chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiram “reforçar a Ecomib para permitir fazer face aos desafios que se colocam antes, durante e depois das eleições, nomeadamente com o reforço dos efectivos e do mandato” da missão.

No documento, recordam que o Presidente guineense, José Mário Vaz, é “um Presidente interino” desde 23 de Junho, quando terminou o seu mandato, e que “todos os seus actos devem ser subscritos pelo primeiro-ministro, a fim de lhe conferirem legalidade”.

A CEDEAO considera, por isso, “que qualquer recurso às forças armadas ou às forças de segurança para impor pela força qualquer ato ilegal será considerado como um golpe de Estado e levará à imposição de sanções a todos os responsáveis”.

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Autoria:Expresso das Ilhas,8 nov 2019 17:21

Editado porSara Almeida  em  27 jul 2020 23:21

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