Mitch McConnell, disse que o processo de 'impeachment' aprovado às 00:40 (na Praia) de quinta-feira, na Câmara de Representantes, em Washington, "corre o risco de danificar profundamente as instituições" norte-americanas, considerando-o "injusto".
Em comentários no Senado, McConnell deixou claro que os Republicanos, que controlam a câmara alta do Congresso, não deixarão passar o processo de destituição que irão julgar politicamente a partir de Janeiro, dizendo que a Câmara de Representantes, controlada pelos Democratas, mostrou "a raiva partidária contra o Presidente".
O líder do Senado acusou a sua homóloga Democrata da Câmara dos Representantes de estar com medo de enviar "o produto do seu trabalho desleixado", para julgamento na câmara alta do Congresso, numa referência às dúvidas enunciadas por Nancy Pelosi, na quarta-feira, sobre se os artigos de destituição deveriam mesmo ser levados a julgamento político.
Trump também já tinha reagido a essa indecisão de Pelosi, dizendo na sua conta pessoal da rede social Twitter que "o partido dos Democratas que não fazem nada, nada querem fazer com os artigos, nem sequer os querendo entregar no Senado".
A Câmara de Representantes aprovou dois artigos de destituição que acusam o Presidente de abuso de poder e de obstrução do Congresso, alegando pressão sobre a Ucrânia para anunciar investigações a Joe Biden, rival político de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2020.
McConnell disse que os dois artigos não cumprem o padrão constitucional para justificar uma condenação do Presidente por "crimes graves", dizendo que o processo foi "o inquérito de 'impeachment' mais apressado, menos completo e mais injusto da história moderna" dos EUA.
"Os pais fundadores criaram o Senado para proporcionar estabilidade (...), para impedir paixões partidárias", disse McConnell, acrescentando que "é para momentos como este que existe" a câmara alta do Congresso.
Esta declaração vem reforçar a ideia de que o julgamento político no Senado dos artigos de destituição estará condenado ao insucesso, perante a maioria Republicana e perante a unidade do partido que apoia Trump na rejeição do processo de 'impeachment'.
McConnell reuniu hoje com o líder Democrata no Senado, Chuck Schumer, para iniciar as negociações sobre a forma de condução do julgamento político do Presidente, que se iniciará em janeiro próximo.
Os dois líderes têm mantido uma relação difícil e o processo de entendimento entre os partidos será tumultuoso
Segundo a Constituição, não há um prazo para enviar os artigos de destituição para o Senado e os Democratas já fizeram saber que não os enviarão até ficarem clarificados os procedimentos para o julgamento político.
"Não iremos nomear os advogados, até sabermos como será o processo no Senado", comentou Pelosi, na quarta-feira, referindo-se aos elementos que defenderão a acusação contra o Presidente na câmara alta do Congresso.
Ainda esta semana, McConnell rejeitou um pedido dos Democratas para arrolar como testemunhas quatro colaboradores de Trump na Casa Branca, dando um sinal de que pretende um julgamento rápido e apenas sustentado nos depoimentos que foram recolhidos pelos dois comités que conduziram o inquérito de destituição na Câmara de Representantes.
Contudo, os Democratas têm mostrado urgência no processo de 'impeachment', argumentando que as suas acusações são uma ameaça à democracia e também ao normal e justo desenrolar das eleições presidenciais de Novembro de 2020.