A prometida vingança do Irão pela morte do general Qassem Soleimani, líder da Força al-Quds, unidade de elite dos Guardas da Revolução, já começou. Simbolicamente à hora em que o comandante mais proeminente do Irão foi morto, num ataque com drones ordenado por Trump na passada sexta-feira, foram ao início da madrugada disparados mísseis contra duas bases norte-americanas no Iraque.
Entre as 1h45 e as 2h45 locais de hoje (21h45 e 22h45, de ontem, em Cabo Verde) foram disparados 22 mísseis, de acordo com um comunicado do Iraque. A televisão iraniana fala em 15 mísseis e o Pentágono O Pentágono refere “mais de uma dúzia de mísseis”.
As bases atacadas são Ain Assad (no oeste do Iraque) e Arbil (localizada no Kurdistão iraquiano), ambas utilizadas pelo exército norte-americano.
Apesar da avaliação dos danos e vítimas do ataque ainda estar em curso, fontes iraquianas e americanas referem que não há vítimas mortais.
“Está tudo bem! Mísseis lançados do Irão para duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e danos materiais está em curso. Até agora, está tudo bem”, escreveu Trump na rede social Twitter, pouco depois do ataque.
Teerão fala em 80 mortos.
O presidente americano prometeu mais declarações, hoje, após garantir que os EUA têm “as mais poderosas e mais bem equipadas forças armadas em todo o mundo, de longe”.
De acordo com o comunicado lido pelo porta-voz do Departamento da Defesa norte-americano, Jonathan Hoffman, citado pela agência France-Presse, “está claro que os mísseis foram disparados” a partir de território iraniano.
Esta operação militar iraniana foi designada, de acordo com a televisão estatal do país, de “Mártir Soleimani”. A mesma fonte avança que foi a divisão aeroespacial dos Guardas da Revolução, que controla o programa de mísseis iranianos, que desencadeou o ataque.
Foi a primeira vez que o Irão atacou alvos não terroristas na região. Fê-lo depois de o Parlamento iraniano ter esta terça-feira aprovado, por unanimidade, uma moção a classificar as Forças Armadas dos Estados Unidos como "terroristas".