CEA estima perda de milhares de milhões em África devido ao vírus

PorSheilla Ribeiro,16 mar 2020 10:43

A Comissão Económica das Nações Unidas para a África (CEA) alertou, na sexta-feira, que a actual crise de coronavírus pode comprometer seriamente o crescimento “já estagnado” da África, com os países exportadores de petróleo a perder até 65 mil milhões de dólares em receita. Os preços do petróleo continuam a cair.

Durante uma conferência de imprensa que aconteceu em Adis Abeba, a secretária executiva da CEA, Vera Songwe, disse que já tendo afectado bastante o principal parceiro comercial da África, a China, o COVID-19 afecta inevitavelmente o comércio africano.

Conforme Vera Songwe, embora alguns casos de Covid-19 tenham sido confirmados em 15 países africanos, a crise será um “duro golpe” para as economias do continente.

"A África pode perder metade do seu PIB, com um crescimento de 3,2% para cerca de 2% por várias razões, incluindo a ruptura das cadeias de suprimento globais", disse Songwe, acrescentando que a interconexão do continente com as economias afectadas da União Europeia, China e Estados Unidos têm repercussões.

Segundo a CEA, o continente precisará de até 10,6 mil milhões de dólares em aumentos inesperados nos gastos com saúde para impedir a propagação do vírus, enquanto, por outro lado, a perda de renda provavelmente levará a dívida insustentável.

O Covid-19, diz Songwe citada pela CEA, pode reduzir as exportações totais de petróleo da Nigéria em 2020 para entre 14 mil milhões e 19 mil milhões de dólares.

O CEA estima que o Covid-19 possa diminuir os ganhos com as exportações africanas em 101 mil milhões de dólares em 2020.

As remessas e o turismo também são afectados à medida que o vírus continua a espalhar-se pelo mundo, resultando em fuga de capital, aperto nos mercados financeiros nacionais e uma desaceleração do investimento - resultando em perda de empregos.

Os produtos farmacêuticos, importados principalmente da Europa e de outros parceiros afectados pelo COVID-19 fora da Europa, provavelmente terão preços mais altos e disponibilidade reduzida para os africanos de acordo com a mesma fonte.

Tendo em conta que quase dois terços dos países africanos são importadores líquidos de alimentos básicos, existe a preocupação de que a escassez afecte seriamente a disponibilidade e a segurança dos alimentos.

Além disso, as consequências negativas piorarão se o COVID-19 se tornar uma epidemia na África.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,16 mar 2020 10:43

Editado porSara Almeida  em  13 dez 2020 23:20

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