De acordo com uma nota da Comissão Económica das Nações Unidas para a África (CEA), embora os ministros reconheçam as “louváveis” medidas políticas adoptadas pelos governos, ressaltaram que a economia da África está enfrentando uma desaceleração profunda e sincronizada e que pode levar até três anos para ser contornada.
Perante esta situação, a mesma fonte avança que os ministros concordam que o foco imediato deve permanecer na saúde e que é necessário continuar a consciencialização, testes e distanciamento social.
Os ministros apelaram, entretanto, ao alívio da dívida dos parceiros bilaterais, multilaterais e comerciais, com o apoio de instituições financeiras multilaterais e bilaterais, como o FMI, o GBM e a UE, para garantir que os países africanos obtenham o espaço fiscal necessário para lidar com a crise pós-COVID-19.
“O pedido de alívio da dívida, foi enfatizado, deve ser para toda a África e deve ser realizado de maneira coordenada e colaborativa. Pediram a criação de um veículo para fins especiais para lidar com todas as obrigações de dívida soberana”, refere a nota.
Por isso, os ministros apelaram para a necessidade de um período mais longo para o pagamento das dívidas, tendo em conta que economia global entrou em um período de desaceleração sincronizada, com recuperação esperada somente após cerca de 24 a 36 meses.
Os ministros, de acordo com a nota, reconheceram a importância do sector privado para a criação de empregos e o esforço de recuperar.
“Discutiram as enormes perdas ocorridas no sector de linhas aéreas e hospitalidade. Eles pediram a proteção e preservação da indústria aérea, logística e de turismo africanas. Inclusive defendendo a permanência nos pagamentos de juros, arrendamento e dívidas. Este é um importante sector de criação de emprego para milhões de africanos e deve ser protegido”, lê-se.
Desse modo, concordaram em marcar uma reunião para os países afectados pelas perdas de transporte e turismo devido à pandemia, a fim de planear melhor as políticas de combate às perdas.
A reunião foi organizada por Vera Songwe, Secretária Executiva da Comissão Económica para a África, e co-presidida pelos Ministros Tito Mboweni da África do Sul e Ken Ofori-Atta do Gana.