AJOC associa-se a apelo para o fim de hostilidades contra jornalistas em África

PorAndre Amaral,11 jun 2020 11:02

Associação de Jornalistas de Cabo Verde é uma das signatária da carta enviada à União Africana onde é pedida a "cessação imediata de hostilidades direccionadas contra jornalistas, uma prioridade máxima a fim de garantir a prática segura do jornalismo na África".

"Silenciem-se as Armas mas não os Jornalistas" é o tema da carta que a Federação Africana de Jornalistas, da qual a AJOC faz parte, enviou ao presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, em que é feito um apelo contra "a morte de jornalistas com impunidade e aos muitos conflitos em andamento que reivindicam a vida de jornalistas e trabalhadores da media sem recorrer à justiça".

Na carta enviada ao presidente da União Africana  os jornalistas africanos apelam a que a que a chamada para “Silenciar as armas ...” "deve ser ampliada para incluir jornalistas que são regularmente abatidos apenas por cumprirem seus deveres nobres em manter seus cidadãos informados". 

"Não existe um ano que passa, sem que um jornalista seja morto com impunidade na África e, pior ainda, os responsáveis não são responsabilizados", alertam as associações e sindicatos de jornalistas de África.

A carta pede ainda ao presidente da União Africana que se associe a "este apelo para silenciar as armas, uma promessa específica pelo fim da violência mortal contra jornalistas. na África, como forma de silenciá-los e instilar medo nos seus colegas jornalistas".

Na nota de imprensa enviada à comunicação social, o presidente da Federação Africana de Jornalistas, Sadiq Ibrahim Ahmed, destaca que a missiva enviada à União Africana é "uma declaração poderosa de vozes representativas de jornalistas de todo o continente sobre as hostilidades consistentes contra jornalistas e nossa mensagem é simples e clara: se os africanos quiserem silenciar as armas e acabar com as hostilidades, devemos primeiro começar por acabar com os ataques injustificados contra jornalistas e trabalhadores dos media e afastando as armas completamente dos jornalistas". 

"É a hora certa de ouvir as vozes dos jornalistas africanos", acrescenta.

De recordar que a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) divulgou no Dia dos Direitos Humanos, em 9 de Dezembro do ano passado, que, em 2019, 49 jornalistas foram assassinados em 18 países da África (9), Ásia-Pacífico (12), Europa (2), América Latina (18) e Oriente Médio e mundo árabe (8) desde o início de 2019. 

Em relação a 2018, quando 95 profissionais foram mortos, a queda foi acentuada. O número de mortes neste ano é o mais baixo desde 2000, quando 37 jornalistas e trabalhadores da media foram assassinados, e o quarto mais baixo desde 1990, quando o IFJ começou a publicar os relatórios.

“Este ano está a caminho de publicar o menor nível de assassinatos de jornalistas em quase duas décadas e isso será uma boa notícia para jornalistas de todo o mundo. Infelizmente, todo assassinato é um número excessivo e mesmo essa diminuição dificilmente pode ser atribuída às acções dos governos para proteger jornalistas cujos direitos e liberdades são frequentemente violados”, disse o presidente do IFJ, Younes Mjahed.

Segundo aquele responsável da IFJ, embora o número de assassinatos tenha diminuído, as ameaças, as prisões, assédios online, a censura e o uso de medidas legais e administrativas continuam a minar a liberdade da mídia e dos direitos humanos em todo o mundo.
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Autoria:Andre Amaral,11 jun 2020 11:02

Editado porAndre Amaral  em  24 mar 2021 23:20

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