Em votação na câmara alta do Congresso na tarde de terça-feira (noite em Lisboa), o projecto-lei, conhecido como ‘Lei Para o Povo’, não alcançou os 60 votos necessários para início do debate, com 50 votos a favor dos senadores democratas e 50 contra dos republicanos, recorrendo a um expediente conhecido como ‘filibuster’.
Aquela que teria sido a maior revisão do sistema eleitoral norte-americano nas últimas décadas contemplava praticamente todo o processo eleitoral, impedindo os Estados de criar limitações à votação, restringindo financiamento de campanhas políticas e limitando a influência partidária na redefinição de círculos eleitorais.
O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, chamou o projecto de “uma solução à procura de um problema” e prometeu “acabar com ele”.
Entre os democratas, a reforma era vista como uma forma de contrabalançar dezenas de propostas limitadoras da votação, que acreditam visar minorias étnicas, e que têm avançado em legislaturas estaduais controladas pelo Partido Republicano.
Para o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, “mais uma vez, a minoria republicana lançou um bloqueio partidário numa questão urgente”.
Falando no plenário, Schumer garantiu que a votação era o “tiro inicial” e não a última vez que os direitos de voto seriam debatidos.
Antes da votação, o presidente Joe Biden afirmou considerou a legislação “histórica para proteger os direitos de voto, garantir a integridade das eleições e reparar e fortalecer a democracia” norte-americana.