Numa participação por vídeo perante estudantes da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Zelesnky salientou que a Ucrânia desfez "o mito sobre o poder extraordinário do exército russo -- um exército que supostamente, em poucos dias, poderia conquistar quem quisesse".
"Agora, a Rússia está a tentar ocupar todo a região [Donbass], mas nós sentimo-nos fortes o suficiente para pensar no futuro da Ucrânia, que será aberto ao mundo", realçou o chefe de Estado ucraniano.
Mais tarde, no seu discurso noturno diário em vídeo, o Presidente da Ucrânia abordou a conquista, pelas foras russas, da cidade de Lyman, na região ucraniana de Donetsk, a norte de mais duas cidades importantes ainda sob controlo ucraniano.
Zelensky referiu-se ainda à tentativa de Moscovo em cercar e tomar a importante cidade de Severodonetsk, uma das últimas áreas sob controlo de Kiev em Lugansk.
"Se os ocupantes pensam que Lyman ou Severodonetsk serão deles, estão errados. O Donbass será ucraniano", realçou o Presidente da Ucrânia.
Severodonetsk tem sido o palco de combates ferozes que já destruíram 60% dos edifícios residenciais, explicou o chefe da administração militar de Severodonetsk, Alexander Stryuk, citado pela agência Associated Press.
Esta cidade é a única na região de Lugansk que continua sob controle do governo ucraniano, e as forças russas têm tentado cercá-la.
Também esta sexta-feira, o chefe da unidade militar ucraniana do território do Donbass, Pavlo Kirilenko, admitiu que a cidade de Lyman, na região ucraniana de Donetsk, está praticamente sob o controlo das forças militares russas.
Lyman, perto de Sloviansk, era um dos alvos principais da Rússia na tentativa de cercar as tropas ucranianas no Donbass e de assumir o controlo da rota Bakhmut-Severodonetsk para avançar em direção a Donetsk.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.