Israel, que se recusou a cooperar com a comissão, reagiu ao documento e afirmou que o relatório era "parcial e tendencioso, desqualificado pelo seu ódio ao Estado de Israel e fundamentado numa longa série de relatórios parciais e tendenciosos", segundo uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, igualmente citada pela AFP.
"As conclusões e recomendações relacionadas com as causas profundas (deste conflito) apontam esmagadoramente para Israel, que analisamos como um indicador da natureza assimétrica do conflito e da realidade de um Estado que ocupa outro", afirmou a presidente da comissão que foi mandata pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para realizar a investigação sobre a disputa israelo-palestiniana, a sul-africana Navanethem Pillay.
"Acabar com a ocupação dos territórios por Israel, em total conformidade com as resoluções do Conselho de Segurança, continua a ser crucial para acabar com o ciclo persistente de violência", declarou Pillay, antiga Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, no primeiro relatório desta comissão.
A presidente da comissão da ONU especificou que o documento foi apresentado às autoridades palestinianas e israelitas antes da sua publicação.
"O que se tornou uma situação de ocupação perpétua foi citada pelas partes interessadas, palestiniana e israelita, como uma das raízes de tensões recorrentes, instabilidade e conflito prolongado nos territórios palestinianos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, e em Israel", indicou o documento.
Em outra reacção ao documento, cerca de 20 estudantes e reservistas do Exército israelita manifestaram-se hoje em frente à sede das Nações Unidas em Genebra, Suíça, contra a publicação do relatório.
Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra israelo-árabe dos Seis Dias, em junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado da Palestina a que aspiram.