EUA pedem "acções concretas" à junta militar de Mali

PorExpresso das Ilhas, Lusa,10 jun 2022 8:55

O governo norte-americano pediu hoje à junta militar do Mali "acções concretas" para avançar com a organização das eleições e defendeu a criação de "um mecanismo de supervisão" para monitorizar os prazos da transição.

O apelo dos Estado Unidos surge depois de o Presidente e líder golpista do Mali, coronel Assimi Goïta, ter assinado na terça-feira um decreto que estabelece um período de transição de dois anos "a partir de 26 de Março", um prazo mais longo do que o exigido.

"Apelamos ao governo de transição do Mali para que tome medidas sustentadas e tangíveis para a realização de eleições, incluindo parâmetros de referência detalhados e a adopção da lei eleitoral o mais rapidamente possível", disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price.

Em conferência de imprensa, Ned Price salientou que "processos transparentes e inclusivos que respeitem as diversas perspectivas e liberdades são fundamentais para lançar bases firmes para o futuro", antes de reiterar o seu compromisso de apoiar o processo de transição para promover um futuro de governação democrática que seja responsável perante o povo maliano.

"Aplaudimos o compromisso da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de continuar a interação com as autoridades malianas para apoiar os esforços para restabelecer o mandato constitucional", salientou.

Disse ainda que os EUA encorajam o Mali e a CEDEAO a chegarem a um acordo, em particular, sobre um mecanismo de supervisão robusto e com parâmetros de referência tangíveis para o que resta da transição.

A própria CEDEAO disse na quarta-feira que "lamenta" a decisão da junta de prorrogar a transição, aprovada por Assimi Goïta, acrescentando que continuará os seus contactos com Bamako para estabelecer um calendário "mutuamente aceitável".

Goita liderou em Agosto de 2020 um golpe contra o então Presidente, Ibrahim Boubacar Keïta, e, posteriormente, liderou um segundo golpe de Estado, em Maio de 2021, contra as autoridades de transição.

A CEDEAO, que em Janeiro impôs sanções severas contra o país por violar o seu compromisso de realizar eleições em Fevereiro, decidiu no fim de semana adiar até à sua cimeira do próximo mês possíveis novas medidas contra Bamako.

O organismo tinha pedido às autoridades que revissem o seu calendário de transição proposto, tendo indicado que seria aceitável um período entre 12 e 18 meses.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,10 jun 2022 8:55

Editado porAndre Amaral  em  25 fev 2023 23:28

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.