Documentos classificados norte-americanos divulgados 'online' sugerem que os Estados Unidos espiaram conselheiros do presidente Yoon Suk Yeol em matéria de segurança nacional para garantir o fornecimento de armas à Ucrânia.
Estas informações suscitaram críticas na Coreia do Sul sobre a vulnerabilidade das comunicações no seio da liderança e colocam o presidente numa situação delicada antes de uma visita aos Estados Unidos, a primeira de um líder sul-coreano em 12 anos.
Opositores políticos acusaram o governo de tentar pôr de lado o assunto para apaziguar as relações antes da visita de Yoon a Washington, no fim do mês.
"O governo deve esclarecer se as alegações sobre escutas têm fundamento e deve obter desculpas da parte dos Estados Unidos e a garantia de que não se repetem", declarou hoje Lee Jae-myung, líder do Partido Democrático, da oposição.
A presidência sul-coreana tentou minimizar a importância do assunto na terça-feira, alegando que há "um número significativo" de ficheiros falsificados.
O Pentágono tem dito que está a determinar a autenticidade dos documentos e declarou que pelo menos um parece ter sido manipulado.
Documentos que as agências AP e AFP consultaram dão conta de discussões entre altos responsáveis da segurança nacional sul-coreana que se questionam sobre o fornecimento à Ucrânia de armas e munições produzidas no país e sobre o risco de isso violar a linha sul-coreana de não vender armas a países em guerra.
Um responsável sugeriu que exportar munições para a Polónia seria uma forma de contornar essa questão, segundo um documento.