"Há um desrespeito absoluto pelo direito humanitário e pelos direitos humanos que é perigoso e perturbador", lamentou.
António Guterres disse estar "chocado" com a escalada da violência e o número de vítimas na região sudanesa de Darfur, bem como com a escalada dos confrontos em Cordofão do Norte, Cordofão do Sul e Nilo Azul.
"Profundamente preocupado" com a situação no Sudão, em particular, e com a estabilidade da região, em geral, o representante da ONU apelou às Forças Armadas sudanesas e às Forças de Apoio Rápido (FAR) para que "cessem os combates e se comprometam com uma cessação duradoura das hostilidades".
Na mesma linha, Guterres encorajou ambas as partes a cumprirem as obrigações "ao abrigo do direito internacional humanitário e dos direitos humanos para proteger os civis e permitir a ação humanitária".
O conflito que começou entre as duas partes a 15 de abril fez, até agora, 1.133 mortos, indicou o Ministério da Saúde sudanês, mas os números reais podem ser muito mais elevados, dada a violência intercomunitária nas regiões de Cordofão e Darfur.
Mais de 2,9 milhões de pessoas fugiram do conflito, no meio de relatos de atrocidades diárias e de abusos sexuais em grande escala contra mulheres e raparigas do país.