Em Reim, no local do massacre no festival de música Nova, onde morreram mais de 370 pessoas, uma multidão de luto deu início às cerimónias com um minuto de silêncio, precisamente às 06h29 (02h29 em Cabo Verde), hora em que o movimento islamita palestiniano lançou o ataque sem precedentes no sul de Israel.
O presidente israelita, Isaac Herzog, presente no local, reuniu-se com as famílias das vítimas.
A cerimónia de Reim é a primeira de uma série de eventos que terão lugar ao longo do dia, enquanto o país continua em guerra em Gaza, e agora também no Líbano, onde o exército israelita lançou uma ofensiva terrestre contra o movimento fundamentalista xiita libanês Hezbollah.
Há um ano, comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza penetraram no sul de Israel, utilizando explosivos e 'bulldozers' para atravessar a barreira que rodeia o território palestiniano, matando indiscriminadamente em 'kibutzs', bases militares e no local do festival Nova.
Nas horas que se seguiram, o exército israelita lançou uma poderosa ofensiva contra o território palestiniano para destruir o Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007.
O ataque do Hamas, que apanhou Israel de surpresa, fez 1.205 mortos, na maioria civis, de acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse (AFP) baseada nos números oficiais israelitas, incluindo os reféns que morreram em cativeiro.
As represálias militares na Faixa de Gaza mataram pelo menos 41.825 pessoas, na maioria civis, indicam dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, que a ONU considera fiáveis.
Hamas celebra
Já o Hamas enalteceu hoje o seu "glorioso" ataque a Israel a 07 de outubro de 2023, numa mensagem vídeo difundida na véspera do aniversário do ataque que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
O "glorioso ataque de 7 de Outubro destruiu as ilusões que o inimigo tinha criado para si próprio, convencendo o mundo e a região da sua superioridade e das suas supostas capacidades", afirmou na mensagem um membro do movimento islamita palestiniano baseado no Qatar, Khalil al-Hayya.
Este ataque sem precedentes, que traumatizou Israel, causou a morte de 1.205 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma contagem da agência de notícias francesa AFP que tem por base números oficiais israelitas, incluindo reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro na Faixa de Gaza.
Das 251 pessoas raptadas a 7 de Outubro, 97 continuam reféns em Gaza, 33 das quais são consideradas mortas.
A ofensiva israelita lançada em retaliação contra Gaza, onde o Hamas tomou o poder em 2007, causou a morte de 41.870 pessoas, segundo os últimos números do Ministério da Saúde do governo do Hamas, cujos dados são considerados fiáveis pela ONU.
Um ano após este atentado, "toda a Palestina, em particular Gaza, e o nosso povo palestiniano estão a escrever uma nova história com a sua resistência, o seu sangue e a sua tenacidade", acrescentou Khalil al-Hayya, que se tornou o rosto público do Hamas desde a morte do líder do movimento, Ismail Haniyeh, a 31 de Julho, num atentado em Teerão atribuído a Israel.
Khalil al-Hayya, que participa desde então nas negociações indirectas de cessar-fogo conduzidas pelo Qatar, os Estados Unidos e o Egipto, reiterou a posição do Hamas segundo a qual Israel é responsável pelo impasse nas negociações.
"O que rejeitámos ontem, não o aceitaremos amanhã, e o que a ocupação (Israel) não conseguiu impor pela força, não obterá à mesa das negociações", acrescentou.