Dados avançados pela IGAE, a que a Inforpress teve acesso, demonstram que 60% das 312 unidades de produção do grogue no arquipélago não têm licença de funcionamento, sendo que 35% dessas unidades não apresentam as mínimas condições de funcionamento (boas praticas de fabrico, higienização, infra-estruturas).
As informações, apresentadas pelo inspector da IGAE, José Santos, durante as primeiras jornadas de saúde em Santo Antão, encerradas este fim-de-semana, mostram que o país possui 300 produtores ilegais de bebidas compostas (ponche, licores), cuja produção ronda os 300 milhões de litros/ano.
A nível do grogue, durante os seis meses destinados à sua industrialização (Janeiro a Junho), a produção ronda os 10 milhões de litros, assegurada por 380 alambiques, sendo 10% da produção utilizada no fabrico de bebidas compostas.
Em relação ao vinho e cervejas, a produção anual anda à volta dos 210 mil litros e 14 milhões de litros, respectivamente.
A fiscalização da produção, por parte da IGAE, sobretudo do grogue, foi a principal preocupação levantada durante as jornadas, que recomendaram o reforço dessa medida em prol da qualidade do produto e da saúde pública.
José Santos explicou que o problema está na destilação, fase em que os produtores deveriam respeitar a questão da cabeça e cauda do produto, as duas fracções que “contêm componentes nocivos à saúde”.
“Os produtores não têm essa preocupação e, não tendo o cuidado de se fazer a separação correcta desses componentes, temos um produto de má qualidade”, explicou o inspector do IGAE.