A equipa da IGAE já está no terreno, desde 1 de Janeiro, data da retoma da produção de grogue, para uma fiscalização mais apertada, tendo em conta o terceiro ano de vigência da lei que regulamenta a produção de grogue. A informação foi avançada hoje, à Rádio Morabeza pelo Inspector-Geral da IGAE, Elisângelo Monteiro.
“Na primeira fase já foram identificadas 90 unidades que não têm condições, portanto, reprovaram completamente na vistoria. Na segunda fase vai haver ainda mais unidades. Mas também o facto de ser o terceiro ano em que a lei está em vigor, a fiscalização na produção vai ser mais assídua e mais rigorosa, fazendo um forte combate à utilização de açúcar e de recalda, para que possamos começar a ter grogue no mercado. Este rigor, seguramente, vai reduzir a quantidade produzida, a par do aumento da qualidade”, explica.
“2019 será um ano muito interessante em termos de ganho e qualidade, mas também de prevenção e combate ao alcoolismo que hoje é um problema grave de saúde pública”, acredita.
Este ano, os produtores de grogue vão ter que apresentar um conjunto de informações, nomeadamente registos de produção, quantidade e lotes produzidos e o fornecedor de cana-de-açúcar. O objectivo é ter um controlo mais rigoroso e combater a falsificação do produto.
“Essas informações serão importantes para fazer o balanço da produção e ver se de facto as informações em termos de matéria-prima se traduzem na quantidade do grogue. É uma forma de fazer o combate à falsificação deste produto”, afirma.
A IGAE estima que a produção deva rondar os 3 milhões de litros. O período legal de produção termina a 31 de Maio, mas caso seja prorrogado poderá ir até final de Julho. Pela quantidade de matéria-prima e pela exigência imposta, Elisângelo Monteiro não acredita que todas as unidades funcionem até às referidas datas.
Em termos de análises laboratoriais, as condições estão a ser criadas.
“Santo Antão já está numa fase interessante e reunião de condições para que se faça essa análise. Na cidade da Praia também já temos o laboratório Inpharma que pode fazer este trabalho. Temos notado que também há produtores que recorrem a laboratórios das universidades portuguesas e à ASAE, também em Portugal”, diz.
A Inspecção Geral das Actividades Económicas apela aos produtores que apoiem a fiscalização durante o ciclo de produção. Aos consumidores, a recomendação vai no sentido de uma maior racionalidade e exigir mais informação sobre o produto que está a ser consumido.
Tudo isso, segundo Elisângelo Monteiro, em nome da qualidade do grogue e do seu potencial na economia nacional.