“Em matéria da falta de rotulagem das bebidas alcoólicas para a comercialização, as apreensões acontecem quase que diariamente”, indicou Elisângelo Monteiro, acrescentando que, em parceira com a Polícia Nacional e as câmaras municipais, se estão a fazer “intervenções nocturnas”, o que tem permitido apreender as bebidas de produção ilegal.
Para o responsável da Inspecção-Geral das Actividades Económicas (IGAE), são “números impressionantes”.
De Janeiro até 31 de Julho, foram declarados mais de um milhão e 800 mil litros de produto, sendo Santo Antão a ilha responsável por 80 por cento (%) desta declaração.
Tal significa que a fiscalização começa a “calibrar a produção”, o que vai influenciar oferta, preço, quantidade consumida e efeito na saúde.
Conforme explicou o inspector-geral das actividades económicas, certos fabricantes têm utilizado açúcar refinado na produção, assim como o resíduo das caldas da cana-de-açúcar para o fabrico da aguardente.
Igualmente, para forçar a fermentação, alguns produtores têm utilizado produtos como o DDT (pesticida utilizado no combate aos insectos), além de fezes humanas e animais mortos, porque contêm bactérias.
“O maior problema que temos no que diz respeito ao alcoolismo no país surge justamente da utilização do resíduo da cana-de- açúcar e mais o açúcar (refinado) para reforçar a sua fermentação”, precisou.
A Inforpress revela que, não obstante Santo Antão ser a ilha que mais declara mais produção, é em Santiago onde se situa a maior parte das unidades de produção.
“A redução que se verificou este ano, por causa da intensidade da fiscalização, vai ter um efeito importantíssimo no mercado, na oferta e em termos de saúde”, salientou o responsável.
As coimas aplicadas atingem cerca de cinco milhões de escudos.
O responsável acredita que a entrada em vigor da nova lei do álcool, prevista para 5 de Outubro, vai ter um efeito “importantíssimo” no consumo, na produção e redução dos efeitos do álcool.
A Inspecção-Geral das Actividades Económicas tem sete inspectores, o que, de acordo com o seu responsável é “manifestante insuficiente”.
Elisângelo Monteiro mostra-se esperançado na melhoria da situação com o recrutamento de novos inspectores, previsto para breve.