Por isso, a IGAE anuncia um controlo mais apertado, para combater o uso de açúcar e de recalda. Informação avançada hoje, à Rádio Morabeza, pelo Inspector-geral da IGAE, Elisângelo Monteiro.
“Este ano o controlo será bastante mais apertado por causa da escassez da matéria-prima para que possamos garantir que somente se faça grogue, e que somente grogue seja introduzido no mercado via produção nas unidades de produção de grogue. Vamos fazer intervenções na produção, no comércio e no transporte entre as ilhas para que possamos ter, neste 2020, maior qualidade na produção do grogue”, garante.
Em 2019, a produção de grogue foi de cerca de 1,8 milhões de litros, tendo 80% do total sido declarado em Santo Antão. Com a diminuição da matéria-prima, a IGAE prevê uma redução na quantidade do produto.
“Aliás, as fábricas que nós já visitamos hoje aqui na ilha de Santiago ainda não iniciaram o processo de fabrico. Estão a preparar o processo de moagem da cana. Isso já é um sinal importante. Não havendo matéria-prima evidentemente que haverá atraso no início da produção”, realça.
As operações de fiscalização no terreno começaram hoje, pelo menos em Santiago, depois do início, a 1 de Janeiro, do período de industrialização da cana-de-açúcar.
O objectivo é perceber a disponibilidade de cana-de-açúcar existente, e a sua distribuição pelas 290 fábricas registadas em todo o país. No ano passado, cerca de 70 unidades de produção foram encerradas devido à utilização de material impróprio.
“Esse controlo mais apertado, quer por parte do licenciamento, quer por parte da fiscalização irá, de facto, ter um impacto sobre a redução dessas fábricas que não têm condições. Pelas informações, as fábricas [encerradas] funcionavam sobretudo na base da utilização de açúcar e da recalda. Daí que é necessário ter esse controlo”, explica.
As operações devem prosseguir nos próximos dias na ilha de Santo Antão. No ano passado, a IGAE aplicou coimas na ordem dos cinco milhões de escudos, por infracções várias à lei que regula a produção do grogue.