Recorde-se que, após a greve, o líder do Sinapol foi condenado a uma pena de reforma compulsiva, depois de uma manifestação realizada, enquanto para outros elementos da corporação, nomeadamente os delegados e coordenadores sindicais, o castigo foi de até 125 dias de suspensão, com efeitos suspensivos.
Em declarações à agência de noticias, no âmbito da realização da reunião da Organização Internacional da Polícia (OIP), que acontece hoje e amanhã na Cidade da Praia, José Barbosa disse que o “Sinapol não está em contramão” e que tem estado a aguardar “serenamente o fim de todo processo “inventado” pós-greve.
“Tranquilamente, acreditamos na justiça Cabo-verdiana, aliás, o poder judicial saberá destrançar o joio do trigo. Portanto, a justiça far-se-á, naturalmente”, afirmou.
José Barbosa afirmou ter conhecimento de que a Organização Internacional da Polícia (OIP) solicitou audiências com as várias entidades cabo-verdianas e que o Sinapol espera que a “cortesia moral” se faça sentir, até como forma de capitalizarem a essência da existência, na prática, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), comunidade a que Cabo Verde pertence.
O Sinapol, disse, ultrapassou toda a “encruzilhada política” e “ganhou naturalmente o seu espaço próprio na defesa, protecção e promoção dos direitos e interesses dos seus profissionais”.
“A sociedade civil, no entanto, reconhece-o, timidamente, porém compreensível. Facto é que as coisas mudaram”, completou José Barbosa, para quem “o Governo sabe-o dizer por outras palavras e com clareza”.
Entretanto, defendeu o sindicalista que a sociedade civil poderia ser confrontada com a questão da importância sindical e das melhorias.
“Quiçá, compreender-se-ia, melhor, o assunto”, pontuou a mesma fonte, referindo que “o sindicato, no entanto, agradece as opiniões, até dos seus opositores”.
“Isso, enriquece-nos, a todos”, adiantou José Barbosa, arrematando que “era de se esperar que fossem dos governos atitudes de alguns que procuram se encontrar”.
Mais adiante, este dirigente sindical acrescentou que “a praça pública não merecia tanta ignorância”.
“O sindicato, na verdade, vem conseguindo a sua afirmação, de forma tranquila e há-de ser sempre assim, respeitando as leis e a democracia que lhe for apresentada”, ajuntou esta fonte, para quem, “com sinceridade”, o Sinapol quer “impor algum respeito”, de forma a “alcançar, por dentro, a dignidade profissional da classe”, “impugnar as injustiças” e
“acabar com as tradicionais atitudes de exploração sobre a classe”.
Conforme José Barbosa, o Sinapol defende “uma postura razoável” que passa pela “dignidade profissional e salarial”.
“Procuramos, no mesmo sentido, implementar um regulamento digno de trabalho, para os profissionais da polícia cabo-verdiana, visando protecção absolutamente dos seus direitos e interesses”, acrescentou José Barbosa, falando ainda em “manter coesão e solidariedade interna”.
Finalizando, este responsável disse que “o governo sabe que ainda tudo está a tempo, para uma verdadeira parceria com o Sinapol, em prol da estabilidade democrática e vitalidade necessária da própria segurança interna do país”.