No total, são sete os profissionais que estão nesta situação considerada "gritante" pelo presidente do Sindicato da Industria Geral Alimentação Construção Civil e Afins (SIACSA). Gilberto Lima diz que a administração do parque tem-se remetido ao silêncio.
“É uma situação gritante, tendo em conta que mexe com a estrutura familiar destes trabalhadores. Quem de direito, que lhes paga o salário, não consegue ver, fica mergulhado no silêncio, ainda por cima se tratando de pessoa de bem – estamos a falar do PCA do parque, o Governo e a Câmara, que têm acções nessa unidade industrial. Essa situação é de penúria e de violação dos direitos dos trabalhadores. os trabalhadores têm fome”, diz.
O líder sindical afirma que são trabalhadores com mais de 15 anos de serviço. Por isso, defende que se não há condições para a sua manutenção, os mesmos devem ser despedidos, mediante pagamento das respectivas indemnizações.
“O mais grave é que é o próprio Estado que tem trabalhadores a trabalhar sem receber e com fome. É uma situação que deve ser analisada friamente por quem de direito, porque a qualquer momento um ou outro trabalhador dessa unidade pode morrer de fome”, entende.
António Chantre, porta-voz dos profissionais, descreve uma situação complicada.
“Nas lojas onde costumávamos tomar mantimentos deixaram de o fazer por causa de dívidas. Estamos a passar por uma situação ridícula e muito complicada”, refere.
Apesar do não pagamento dos salários, os trabalhadores continuam a comparecer ao serviço. O Sindicato da Industria Geral Alimentação Construção Civil e Afins diz que se a situação não for resolvida dentro de cinco dias, o caso vai parar aos tribunais.
Apesar de muitas tentativas, até ao momento, não conseguimos chegar a conversa com a administração do Parque Industrial do Lazareto.