Judite Nascimento falava os jornalistas à margem da Conferência Internacional sobre a Governança Local e Urbana: tendências, desafios e inovações em um mundo globalizado, promovida pela Comissão de Geografia da Governança da União Geográfica Internacional (International Geographical Union – IGU). O evento, que arrancou hoje, decorre até dia 07, na cidade da Praia.
Segundo a Reitora da Uni-CV, as universidades, para além de formarem quadros em diversas áreas para a gestão e promoção de desenvolvimento territorial, também são fonte de conhecimento científico e da inovação através da investigação.
Judite Nascimento afirmou que a racionalização e uso útil dos recursos do território são palavras-chaves na procura da sustentabilidade. Por esse motivo, as universidades são chamadas a dar o seu contributo.
“Igualmente têm o papel de, com base em evidências cientificamente comprovadas, sensibilizar os restantes actores da sociedade civil, em geral, para a importância da salvaguarda dos princípios subjacentes ao desenvolvimento territorial, socialmente justo e ecologicamente equilibrado”, acrescentou.
Por seu turno, o investigador José Maria Semedo referiu que esta Conferência Internacional sobre a Governança Local e Urbana vai permitir que os investigadores que nela participam conheçam a cidade da Praia, onde, “existem grandes problemas de governança urbana”.
“Durante muito tempo prevaleceu o conceito de que o mundo é rural e que a cidade é uma espécie de cancro, de ferida que aparece. Hoje em dia, já não se aceita esse modelo de análise social”, frisou, acrescentando que a cidade aparece como um centro onde aparecem inovações.
De acordo com José Maria Semedo, o mundo caminha rapidamente para o processo de urbanização e “o homem do século 21 é um homem urbano”.
“Mesmo em Cabo Verde, que não é um país muito desenvolvido, já 60% da população é urbana. É uma tendência que não vai voltar atrás”, prosseguiu.
Conforme afirmou, é nos centros urbanos que aparecem a investigação, a escola, o ensino, as inovações, a produção e o turismo.
“Existe um turismo rural, há turismo de ambiente, mas o turismo é essencialmente urbano a nível mundial e a tendência é cada vez mais urbana. Nas grandes potencias mundiais de turismo, EUA, Alemanha, França Itália e Turquia, Rússia e agora Portugal, o turismo é urbano”, referenciou.
José Maria Semedo defendeu ainda que Cabo Verde deve acompanhar o que acontece a nível mundial.
“Até porque, trazer aqui um dos maiores peritos na área de governação urbana é uma forma de partilha com a Uni-CV e com os investigadores cabo-verdianos. A visão do mundo no contexto actual de governança local”, finalizou.