Segundo o relatório da FAO, 2018 foi um ano de fraco desempenho nos sectores agrícola e pastorício. “Segundo a análise feita no último quadro harmonizado cerca de 9.000” cabo-verdianos “estão numa situação de crise” alimentar.
Entre os países lusófonos em situação de crise alimentar localizada, além de Cabo Verde, está também Moçambique que, segundo o relatório da FAO, viu a sua situação agravar-se na sequência dos ciclones que afectaram o país.
“Cerca de 1,65 milhão de pessoas enfrentam insegurança alimentar, um aumento de 85% em relação ao mesmo período do ano anterior. Zimbabué e Moçambique registaram os maiores aumentos nas necessidades de importação. Segundo a agência, não são esperadas grandes melhorias antes de Março de 2020, quando começa a época principal de colheita”.
O mesmo documento aponta ainda para as dificuldades causadas pela falta de chuva que afectaram diversos países da costa ocidental africana. Segundo a FAO “devido a um atraso no início da estação chuvosa seguido por uma pluviosidade abaixo da média e irregular afectaram o crescimento inicial” das plantações e o desenvolvimento das colheitas.
Dificuldades um pouco por todo o mundo
A reduzida precipitação registada, incluindo seca severa na África Oriental, está a piorar a situação de insegurança alimentar em vários países da região e, só na África Oriental, a produção de cereais deve cair 5,6% em 2019, fazendo aumentar os preços em toda a região. Os piores efeitos são sentidos no Quénia e na Somália.
Na Mauritânia, a falta de chuva provocou os níveis de produção mais baixos dos últimos 20 anos. No Zimbabué, o número de pessoas com insegurança alimentar no início de 2020 deve ser o dobro do que era no mesmo período em 2019.
Na Coreia do Norte, deve continuar a baixa produção agrícola. Estima-se que cerca de 40% da população está em situação de insegura alimentar.