Luís Sambo, que coordenou um painel onde participaram responsáveis de países insulares como Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Princípe e Timor-Leste, indicou também outras dificuldades como o financiamento, seja "porque os recursos humanos não são suficientemente capacitados para optimizarem esses recursos financeiros", seja por dificuldades de "desempenho porque não conseguem criar economias de escala".
Em declarações à agência Lusa, o médico e especialista em Saúde Pública, que foi também ministro da Saúde de Angola, disse que "houve uma troca de experiências decorrentes de contextos similares (...) o que permitiu apreender melhor os problemas e também encontrar soluções para acelerar a cobertura universal dos cuidados de saúde nos países insulares".
As soluções podem passar pela telemedicina, não só para assistência médica, mas também para formação, melhoria dos sistemas de informação e de suporte à decisão, mas também desenvolvimento da medicina preventiva, sobretudo em termos de promoção da saúde baseada nos factores de risco associados às doenças crónicas, que têm estado a crescer nesses países.
Quanto à fixação de quadros, Luís Sambo notou que este problema é generalizado nos países insulares e não se circunscreve ao setor da saúde.
"Os países insulares têm esse problema devido à tendência de migração de parte da sua população, em particular os mais jovens, que saiem à procura de melhores oportunidades de formação e de emprego. Alguns acabam por ficar no exterior, outros têm uma permanência temporária e regressam, mas isto cria uma certa flutuação da força de trabalho, sobretudo especializada", explicou.
Concessão do serviço marítimo interilhas em funcionamento até Agosto
Governo e Transinsular assinaram esta manhã o contrato de concessão do serviço marítimo interilhas. Empresa portuguesa fica com 51% do capital e os armadores nacionais com 49%. Luís Figueiredo, presidente da Transinsular, disse no final da cerimónia que os investimentos na concessionária serão feitos com o objectivo de "tornar esta empresa numa empresa com todas as capacidades e potenciais de crescimento.
Algo que só pode ser ultrapassado criando uma "motivação" adicional em termos de salário e de atractividade de condições de trabalho e de vida, soluções que poderão atrair quadros da diáspora e já estão a ser postas em prática em alguns países como Cabo Verde, exemplificou.
O 5.º Congresso Nacional de Medicina Tropical, organizado pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical, decorre até sexta-feira em Lisboa.