​Isolamento e dificuldade em fixar profissionais qualificados são desafios para a saúde nas ilhas

PorExpresso das Ilhas, Lusa,11 abr 2019 8:13

Isolamento, dificuldade de fixação de quadros qualificados e vulnerabilidade a catástrofes naturais como inundações, secas e tempestades são alguns dos desafios para os sistemas de saúde de países insulares hoje apresentados no 5.º Congresso Nacional de Medicina Tropical.

Luís Sambo, que coordenou um painel onde participaram responsáveis de países insulares como Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Princípe e Timor-Leste, indicou também outras dificuldades como o financiamento, seja "porque os recursos humanos não são suficientemente capacitados para optimizarem esses recursos financeiros", seja por dificuldades de "desempenho porque não conseguem criar economias de escala".

Em declarações à agência Lusa, o médico e especialista em Saúde Pública, que foi também ministro da Saúde de Angola, disse que "houve uma troca de experiências decorrentes de contextos similares (...) o que permitiu apreender melhor os problemas e também encontrar soluções para acelerar a cobertura universal dos cuidados de saúde nos países insulares".

As soluções podem passar pela telemedicina, não só para assistência médica, mas também para formação, melhoria dos sistemas de informação e de suporte à decisão, mas também desenvolvimento da medicina preventiva, sobretudo em termos de promoção da saúde baseada nos factores de risco associados às doenças crónicas, que têm estado a crescer nesses países.

Quanto à fixação de quadros, Luís Sambo notou que este problema é generalizado nos países insulares e não se circunscreve ao setor da saúde.

"Os países insulares têm esse problema devido à tendência de migração de parte da sua população, em particular os mais jovens, que saiem à procura de melhores oportunidades de formação e de emprego. Alguns acabam por ficar no exterior, outros têm uma permanência temporária e regressam, mas isto cria uma certa flutuação da força de trabalho, sobretudo especializada", explicou.

Concessão do serviço marítimo interilhas em funcionamento até Agosto

Governo e Transinsular assinaram esta manhã o contrato de concessão do serviço marítimo interilhas. Empresa portuguesa fica com 51% do capital e os armadores nacionais com 49%. Luís Figueiredo, presidente da Transinsular, disse no final da cerimónia que os investimentos na concessionária serão feitos com o objectivo de "tornar esta empresa numa empresa com todas as capacidades e potenciais de crescimento.

Algo que só pode ser ultrapassado criando uma "motivação" adicional em termos de salário e de atractividade de condições de trabalho e de vida, soluções que poderão atrair quadros da diáspora e já estão a ser postas em prática em alguns países como Cabo Verde, exemplificou.

O 5.º Congresso Nacional de Medicina Tropical, organizado pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical, decorre até sexta-feira em Lisboa.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,11 abr 2019 8:13

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  9 jan 2020 23:21

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