“Quando se tem em consideração a população, Djibuti (105), Maurícias (26), Cabo Verde (20), Guiné Equatorial (18) e Seychelles (11) estão a reportar o maior número de casos por 100 mil habitantes”, disse Benjamin Djoudalbaye, do África CDC.
De acordo com o responsável pela diplomacia da saúde e comunicação do África CDC - que hoje substituiu na conferência de imprensa semanal o director John Nkengasong - África do Sul (15%), Egipto (14%), Marrocos (12%), Argélia (10%) e Camarões (5%) mantêm-se como os países africanos com maior número de casos acumulados.
O Egipto regista 380 mortos e 5.268 infectados, a África do Sul conta 103 mortos e 5.350 doentes infectados, enquanto Marrocos totaliza 168 vítimas mortais e 4.321 casos e os Camarões contabilizam 61 mortos e 1.832 infectados.
O maior número de vítimas mortais regista-se na Argélia (444), em 3.848 doentes infectados.
Globalmente, África regista 1.589 mortes, 36.847 infecções e 12.071 doentes recuperados em 52 países.
Números que, segundo Benjamin Djoudalbaye, representam um crescimento de 37% nas infecções no continente na última semana e correspondem a uma taxa de mortalidade de 4,3%.
O responsável do CDC assinalou ainda a existência de nove países africanos com taxas de mortalidade superiores à mortalidade média global de 6,9%, destacando a Argélia (12%), Libéria (12%), Sudão (8%) e Egito (7%).
As ilhas Comores, Lesoto e República Saarauí continuam sem notificar casos de COVID-19.
“Os números estão a aumentar e, se olharmos com atenção, verificamos que vários países duplicaram os seus casos numa semana e não sabemos qual será a trajetória nos próximos dias”, adiantou Benjamin Djoudalbaye.
O responsável do África CDC assegurou que os países estão preparados e que começam a ser perceptíveis os resultados de medidas como o confinamento ou o fecho de fronteiras.
Reconhecendo que número de casos e infecções em África é relativamente baixo quando comparado com a Europa ou Estados Unidos, Benjamin Djoudalbaye apontou como possível explicação o sistema de vigilância do continente habituado a lidar com epidemias.
Questionado sobre a possibilidade de existir sub-notificação do número de casos devido à insuficiência de testes, o responsável do África CDC rejeitou esta ideia.
“Os casos de COVID-19 não são algo que se possa esconder. As pessoas estão a morrer e não se podem esconder os corpos. Se as pessoas têm tosse e febre procuram cuidados, vão aos hospitais e isso vê-se. Não penso que estes números estejam ligados à inexistência de testes”, disse.
Acrescentou que a capacidade de fazer testes está a aumentar e que nas próximas semanas deverá ser possível ter uma visão mais clara da situação em África.
O África CDC lançou uma campanha para acelerar a realização de testes no continente, estimando atingir um milhão de análises nas próximas semanas e 10 milhões até ao final do ano.