“Tínhamos uma quota de cerca de quatro mil remanescente, em função dos 30 mil, em que nós vamos incluir uma parte que tem a ver com as empregadas domésticas, as chamadas 'diaristas', que não têm contrato de trabalho”, anunciou Olavo Correia, que é também ministro das Finanças, questionado na Assembleia Nacional pelos deputados.
Em causa está um subsídio de 10.000 escudos (90 euros), atribuído para o mês de Abril como uma das medidas do Governo para mitigar os efeitos da pandemia e do estado de emergência, que fechou a generalidade das empresas cabo-verdianas em 29 de Março, obrigando ao dever geral de recolhimento e proibindo deslocações.
Além das chamadas ‘diaristas’, que não tinham sido incluídas inicialmente neste programa de apoio do Governo para o sector informal, o que motivou queixas públicas destas trabalhadoras que não fazem descontos e que ficaram sem possibilidade de trabalhar, também vão poder aceder ao Rendimento Solidário outros até agora excluídos.
“Aqueles industriais que trabalhavam nas áreas da agricultura, produção de aguardente, para perfazer o montante de 30 mil beneficiários”, explicou Olavo Correia, garantindo que até ao momento já foram liquidados “muito acima de 50%” dos pagamentos previstos.
O subsídio teria a validade de um mês, mas Olavo Correia admitiu que o seu pagamento será prorrogado no caso dos beneficiários das ilhas ainda em estado de emergência, Santiago e Boa Vista. O Presidente da República decidiu prorrogar o estado de emergência na ilha de Santiago até 29 de Maio, uma vez que a capital tem assistido a uma aumento exponencial de casos. Ao mesmo tempo, uma vez que na Boa Vista não têm surgido casos novos, o estado de emergência nesta ilha não foi prorrogado, terminando às 24h de hoje, 14.
“Enquanto perdurar o estado de emergência nas ilhas em que é aplicável, nós garantiremos”, afirmou o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças.
O Rendimento Solidário foi apresentado no início de Abril, pelo Governo, como um “conceito novo”, para abranger 30 mil cabo-verdianos, nomeadamente trabalhadores do sector informal, como vendedores de rua, obrigados ao confinamento.
Cabo Verde conta com 289 casos acumulados de COVID-19 desde 19 de Março, dos quais 218 estão activos, nas ilhas de Santiago e da Boa Vista, além de dois óbitos e 67 doentes considerados recuperados.