Em declarações à Inforpress, os comerciantes bravense salientaram que desde quarta-feira estão à espera das suas mercadorias para abastecer os estabelecimentos comerciais, realçando que entre estas cargas há frutas e produtos congelados.
José Rocha, subgerente do minimercado Poupança, contou que tinham algumas paletes de cargas no navio, inclusive frutas e congelados, que conforme o mesmo, são produtos que danificam rapidamente.
Além disso, acentuou que não possuem nenhuma informação oficial sobre o que aconteceu e as decisões que estão a ser tomadas em relação às cargas que estão no navio.
Este responsável adiantou que com este cenário já é previsível a ruptura de stock de alguns produtos, principalmente congelados e frutas, sabendo que a viagem para abastecer o mercado na ilha é feita semanalmente.
Não obstante a preocupação com o stock, a mesma fonte salientou que já estão a analisar os prejuízos que vão ter, justificando que comprar e trazer produtos para à ilha Brava tem um certo custo e quando não chegam na data prevista para serem colocados à venda, há sempre prejuízos.
Humberto Burgo, gerente de um outro estabelecimento comercial na ilha, também lamenta a falta de informação e o prejuízo que vai ter arcar, porque segundo o mesmo, no navio só havia frutas e congelados para o seu minimercado.
Numa ronda que a Inforpress fez aos estabelecimentos comerciais, deu para constatar que maioria está com as arcas de congelados quase vazias, com uma ruptura, principalmente de galinha.
O navio Praia d´Aguada chegou ao porto de Vale dos Cavaleiros na manhã de quarta-feira, 20, e após desinfecção começou a operar, tendo descarregado parte das cargas trazidas da Praia, nomeadamente contentores, mas depois por indicação do Instituto Marítimo Portuário e Delegacia de Saúde de São Filipe, as operações foram suspensas.
A delegada de Saúde de São Filipe, Joana Alves, disse à Inforpress que o capitão de Praia d´Aguada, que se encontrava em São Vicente, de onde viajou para a Cidade da Praia, veio ao Fogo “sem autorização e sem ter feito o teste prévio do novo coronavírus”.
Este facto levou não só à colocação das três pessoas que tiveram contactos com a tripulação em quarentena, como também à suspensão do trabalho de descarga no porto de Vale dos Cavaleiros, evitando possíveis contactos do pessoal de estivas com a tripulação do navio, que não chegou a desembarcar.
Com mais sete novos casos positivos na Praia, Cabo Verde passa a registar um total de 356 casos confirmados acumulados de COVID-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (297, sendo 289 na Praia, dois no Tarrafal, quatro e São Domingos e dois em Santa Cruz), da Boa Vista (56) e de São Vicente (três).
Destes casos testados positivos, há a registar 85 recuperados e três mortes – um cidadão inglês, na ilha da Boa Vista, e dois cabo-verdianos, na Cidade da Praia.