No final do encontro, realizado esta manhã, no palácio do governo, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da ADS, José Alves Fernandes, reconheceu que a participação do Estado no capital da empresa era algo que a empresa que gere a distribuição de água em Santiago necessitava.
"É uma decisão muito assertiva que nós tomamos e esta entrada do governo na estrutura societária da empresa permite assegurar a sustentabilidade e a rentabilidade da ADS, permite melhorar os seus indicadores. Mas, acima de tudo, permite à empresa ter capacidade para financiar investimentos que são necessários para assegurar o abastecimento" de água às populações dos nove municípios de Santiago "tanto em quantidade como em qualidade e regularidade".
"O que nós queremos é que o consumidor esteja bem servido", acrescentou.
A entrada do Estado em 29% do capital da empresa faz parte de um plano de aumento do capital social da empresa que passará dos 30 mil contos com que a empresa foi constituída "para 770 mil contos e isso vai permitir à empresa ter uma folga, uma disponibilidade para negociar investimentos junto à banca e junto dos parceiros. Vai permitir ter mais capacidade de diálogo com as outras entidades".
Questionado se a ADS estaria numa situação próxima da falência, José Alves Fernandes recordou que "aquando da criação da empresa os municípios não tinham, na altura, muita disponibilidade para realização do capital da empresa que se desejava e ao longo do percurso entendemos que era fundamental uma reestruturação que permitisse uma entrada do Estado para que a empresa possa ser mais rentável e mais sustentável".
Já o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, disse a entrada do Estado vai permitir viabilizar uma melhor mobilização de água para a agricultura.
"Esta entrada do Estado na empresa vai, com certeza, ajudar neste processo. O Estado já tinha tomado outras decisões. Há bem pouco tempo aprovamos um pacote de investimentos de cerca de 600 mil contos que visavam justamente fazer novas intervenções" como é o caso das dessalinizadoras a serem construídas nas localidades de Ribeira da Barca e Ribeira da Pratas, ambas em Santiago.
Além disso, esse pacote prevê, disse Gilberto Silva, "uma série de intervenções nas redes para que possamos responder melhor à demanda de água e à diminuição do caudal subterrâneo tendo em conta os três anos de seca".