Em comunicado, a Procuradoria Geral da República (PGR) esclarece que José António Pinto Monteiro, presidente do Conselho de Administração da AdS entre Dezembro de 2015 e Maio de 2018, foi acusado pela alegada prática, em co-autoria, de um crime de infidelidade, dois crimes de peculato e três crimes de abuso de poder.
Deduzida a acusação, Vital Tavares, vice-presidente até Maio de 2018, vai responder pela suposta prática, em co-autoria, de um crime de infidelidade, três crimes de peculato, três crimes de abuso de poder e um crime de participação ilícita em negócio, além de seis contra-ordenações.
Já o administrador Floresvindo Barbosa responderá em tribunal pela alegada prática de um crime de infidelidade, três crimes de peculato, três crimes de abuso de poder e seis contra-ordenações.
Quanto a Francisco Tavares, presidente da Assembleia Geral entre Agosto de 2014 e Setembro de 2016, e ex-presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago, foi acusado pelo Ministério Público de um crime de infidelidade, um crime de peculato e um crime de abuso de poder, em co-autoria.
A nota da PGR acrescenta que os factos investigados tiveram lugar entre os anos de 2016 e 2018. As investigações decorreram na sequência de duas instruções mandadas abrir pelo Ministério Público. Uma, na sequência de "informações públicas" sobre actos de gestão dos antigos responsáveis, na sequência uma auditoria à gestão administrativa e financeira da AdS. Outra, após denúncia apresentada pelo actual presidente da mesa de Assembleia Geral da AdS, José 'Beto' Alves Fernandes, também edil de Santa Catarina.
Em Junho de 2018, os accionistas da empresa Águas de Santiago anunciaram a intenção de processar judicialmente dois dos ex-administradores, Vital Tavares e Floresvindo Barbosa.
“Foi com surpresa e indignação que os accionistas da Águas de Santiago (AdS) tomaram conhecimento de graves actos praticados por dois administradores demissionários da empresa, nomeadamente, transferindo para as suas contas pessoais a quantia global de 3 milhões e 240 mil escudos. Actos que consideramos ilegais”, disse então 'Beto' Alves.
Antes, em Novembro de 2017, uma auditoria terá detectado irregularidades nas contas da empresa. As suspeitas terão estado na origem do afastamento do conselho de administração liderado por Pinto Monteiro, em Maio de 2018.
A AdS foi criada em Maio de 2014 pelos nove municípios de Santiago. Com sede em Assomada, é actualmente a entidade responsável pelo abastecimento de água a toda a ilha.
Em Junho de 2018, tomou posse o novo conselho de administração, liderado por Olívio Ribeiro, acompanhado pelos administradores Ricardo Godinho e Nilton Correia.