Lino Monteiro falava na qualidade de convidado numa conferência, realizada pela Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS), para assinalar o Dia Mundial da Segurança Sanitária dos Alimentos, comemorado em 07 de Junho, e que este ano teve como lema “Segurança Sanitária dos Alimentos: uma responsabilidade de todos”.
“Neste momento as preocupações da Adeco no concernente à segurança sanitária dos alimentos vão para o consumo de produtos de origem animal, produzidos no território nacional, de forma geral, e as carnes de forma especial, que são vendidas sem terem sido sujeitas a uma inspecção dos matadouros de acordo com a legislação nacional vigente”, disse.
O representante da Adeco salientou que em Cabo Verde há muitos abates clandestinos e matérias-primas de produtos transformados contaminados e de inferior qualidade.
No que se refere aos produtos de origem animal importados adiantou que é entendimento da Associação que os mesmos deveriam apresentar um selo de qualidade autenticado no país de origem, que também devia ser também verificado pelas autoridades nacionais, com vista a garantir a inocuidade dos aditivos, corantes e conservantes que contêm.
Quanto às frutas e legumes frescos e transformados e grãos secos a nível nacional, considera que estes dão garantias quanto à não existência de resíduos químicos, partindo do princípio que são apenas os pesticidas aprovados pelas entidades competentes que são utilizados na produção.
Já em relação aos importados entende que devem ser inspeccionados com todo o rigor, dado que muitas vezes na produção nem sempre são respeitados os intervalos de segurança social.
Lino Monteiro disse ainda que preocupa a Adeco, a inspecção de restaurantes, padarias e locais de indústrias de transformação agropecuária que, na sua perspectiva, devem ser submetidos a inspecção frequente de forma a garantir ao consumidor a higiene das instalações e salubridade das matérias-primas.
“Muitas vezes encontramos à venda nos mercados produtos alimentares embalados sem rótulos ou sem prazo de validade, ou os rótulos escritos em língua estrangeira, ou ainda rótulos que não trazem todas as informações necessárias para uma decisão criteriosa do consumidor”, denunciou, pedindo mais fiscalização.
De acordo com aquele activista, o que é gasto no tratamento das doenças provocadas pelas intoxicações alimentares, contaminação e infecções ou ingestão lenta de resíduos químicos compensa todas as despesas que possam ser existir com a inspecção dos produtos alimentares antes de entrarem no mercado.
A Adeco, conforme sustentou, faz o que pode, informando aos seus associados sobre as formas de detectar os alimentos não seguros e poucos saudáveis, que aumentam os riscos de surgimento de doença. Um trabalho que poderia ser mais extensivo se a lei de base do consumidor fosse integralmente respeitada, realçou Lino Monteiro.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente cerca de 420 mil pessoas morrem de infecção alimentar no mundo.