A listagem em causa, com 564 candidatos aprovados em universidades e institutos politécnicos de todo o país, obriga ainda à solicitação de visto para estudante em Portugal, através da secção consular da Praia ou no escritório consular no Mindelo.
Estes estudantes são colocados em universidades portuguesas ao abrigo do programa “Estudar e Investigar em Portugal”, com vagas específicas para estudantes internacionais fixadas de forma autónoma e em concursos especiais de acesso e ingresso em cada estabelecimento de ensino superior.
Segundo dados oficiais de 2019, Portugal duplicou o número de estudantes de nacionalidade estrangeira desde o início da década, que representavam então cerca de 50.000 inscritos e 13% do total de estudantes de ensino superior português.
O anúncio desta listagem coincide com a retoma, hoje, pelos serviços consulares de Portugal em Cabo Verde, à recepção de pedidos de visto para Portugal, suspensos desde o início da pandemia de COVID-19 no arquipélago, em meados de Março.
Contudo, essa retoma abrange apenas pedidos de visto para estudo no ensino superior que integrem a lista de colocação, bem como para reagrupamento familiar, investigação ou actividade docente, transferência temporária de trabalhadores entre empresas do mesmo grupo, actividade independente ou tratamento médico ao abrigo de acordos bilaterais.
Os pedidos para os restantes vistos, nomeadamente de curta duração para o espaço Schengen e de trabalho, continuam suspensos, segundo o consulado de Portugal.
Portugal e Cabo Verde abriram este mês um corredor aéreo para voos essenciais, com a condição de realização de testes de virologia à COVID-19 nos dois sentidos, anunciaram os dois países, que indicaram que os voos serão operados por companhias dos dois países, nomeadamente a TAP, a SATA e a Cabo Verde Airlines (CVA).
Depois de 15 voos de repatriamento nos últimos meses, que incluíam turistas retidos, os dois países alargam a abrangência das ligações, com ligações essenciais, por motivos de doença, negócios, estudos, profissionais, oficiais e familiares.
“Há um número muito significativo de situações que é necessário resolver, nomeadamente a situação dos doentes que são evacuados”, afirmou o embaixador de Portugal em Cabo Verde, António Albuquerque Moniz, indicando que nos últimos quatro meses já foram transferidos mais de 100 doentes de Cabo Verde para Portugal.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, disse que o pedido foi feito por Portugal, tendo como condição exigida pelo Governo português a realização de testes de virologia (PCR) nos dois sentidos.
“Vamos continuar a trabalhar para que tudo seja feito nas melhores condições sanitárias”, perspectivou o chefe da diplomacia cabo-verdiana, salientando que a operação será organizada ainda no quadro da Parceira Especial que Cabo Verde tem com a União Europeia.