As estruturas de saúde a nível local devem reuniu-se, o mais tardar até a próxima terça-feira, para discutir a criação de mais alternativas para a realização de testes na cidade de São Filipe numa fase em que há um aumento no registo de número de casos positivos diários.
Evandro Monteiro indicou que a delegacia de Saúde é que faz os testes, enquanto o hospital faz alguns testes investigativos, sobretudo dos doentes internados e nos pacientes que chegam a este serviço hospitalar com sintomatologia e com problemas respiratórios, mas é necessário analisar a possibilidade de se criar a nível da cidade outros espaços paralelos para descentralizar realização de despistes e segmentos.
A necessidade de criar alternativa prende-se com o facto da cidade de São Filipe, ser neste momento o principal epicentro da infecção.
“Estamos a aproximar de um milhar de casos acumulados a nível da ilha e dois terços ou mais são do município de São Filipe, mais concretamente da cidade de São Filipe, que concentra mais de 90 por cento (%) dos casos”, adiantou Evandro Monteiro.
Questionado sobre a capacidade das estruturas em termos de materiais, nomeadamente de testes, Evandro Monteiro avançou que no início desta semana as estruturas foram reforçadas com materiais para testes e que neste momento têm alguma capacidade ainda, sublinhando que tudo isso deve ser feito com critérios e da melhor forma possível.
“O gabinete de assuntos farmacêuticos ajudou e continua a ajudar nas necessidades, mas há sempre o contacto e o reforço”, referiu o responsável da região sanitária, para quem neste momento não está em causa a capacidade de realização de testes.
“Temos uma capacidade ainda muito grande, de realização de testes PCR e os testes rápidos são utilizados para outras situações e não devem ser um instrumento principal no estudo epidemiológico e investigativo”, afirmou Evandro Monteiro, para quem “tudo depende da dinâmica e evolução da própria doença”.
O laboratório do hospital regional São Francisco de Assis tem a capacidade para realizar 96 testes PCR/dia, destacou a mesma fonte, observando que ainda continua a enviar amostras para o laboratório de virologia na Cidade da Praia, sempre que tiver mais amostras de modo a poder estudar e ter uma ideia de penetração da infecção a nível da ilha e da cidade de São Filipe.
Perante o encerramento de vários serviços e instituições, que é da competência da delegacia de Saúde e das entidades de fiscalização, Evandro Monteiro salientou que o “adequado não é fechar, mas que as instituições funcionem em condições de segurança”.
“Fechar não é alternativa, mas não havendo outras opções tem que levar isso em consideração”, referiu.
A ilha do Fogo já ultrapassou a barreira dos 700 casos acumulados da covid-19, desde o surgimento do primeiro caso a 17 de Agosto, sendo 181 dos Mosteiros, 494 de São Filipe, e, 27 em Santa Catarina, com um total de seis óbitos, distribuídos pelos municípios dos Mosteiros (01), Santa Catarina (01) e São Filipe (04).
Os dados divulgados na sexta-feira dão conta que ilha conta com 195 casos activos distribuídos pelos municípios de São Filipe (172), Mosteiros (11) e Santa Catarina (12).
Cabo Verde regista, neste momento, 759 casos activos, 8.363 casos recuperados, 100 óbitos e dois transferidos, perfazendo um total acumulado de 9.224 casos de infecção pelo novo coronavírus.