Os professores fizeram estas considerações quando abordados pela Inforpress, a propósito do Dia Mundial da Língua Portuguesa assinalado hoje, 5 de Maio.
Considerando que o português continua a ser, hoje, uma das principais línguas de comunicação internacional, a professora desta disciplina, no ensino secundário, Albertina Rodrigues percebe que os alunos têm um “certo pavor” ao português quer falado ou escrito, sentindo-se mais à vontade, “naturalmente” na língua materna.
“E isso é um entrave no ensino da língua portuguesa, um grande desafio para os professores que leccionam a disciplina, já que muito complexa, associada à pouca apetência dos alunos para a leitura ou exercícios gramaticais, o que poderia ajudar no desenvolvimento da escrita e oralidade dos mesmos”, observou a professora.
A docente que também é jornalista, defende a necessidade de tornar as aulas da língua portuguesa mais dinâmicas e interessantes, e não se estribar apenas nos conceitos e conteúdos programáticos, de modo a fazer com que, “de facto”, os alunos passem a gostar mais desta disciplina, e não a transformar num “bicho de sete cabeças”.
“O professor, a cada dia deverá tornar a sua aula mais dinâmica, desafiadora e interessante por forma a estimular o aluno pela aprendizagem da língua portuguesa. Fazer desvanecer o pavor e pânico que sentem pela gramática e língua portuguesas. Este é o maior desafio para nós os professores de português”, sublinhou.
Ilustrando o “pavor” que os discípulos têm por esta disciplina, a docente diz que os alunos muitas vezes questionam o facto de terem que estudar a língua portuguesa, interrogando “para quê”.
“Fazem essa pergunta a toda hora, desvalorizando essa competência linguística, a importância da língua portuguesa, que já assume uma relevância na cena internacional. Os alunos ainda não têm uma noção clara da língua portuguesa na sua vida”, meditou, observando o “quão bom” seria habituar as crianças a falar e a lidar com o português desde tenra idade, através de leitura de histórias, por exemplo.
Já para a professora da Língua Portuguesa Márcia Graça, a desempenhar o papel de delegada da Educação na ilha, esse dia merece ser enaltecido e festejado, não só hoje, mas todos os dias e momentos do dia-a-dia, em particular na escola.
“A instituição é uma das responsáveis pelo ensino e estímulo para o uso da língua portuguesa, evidenciando aos alunos toda a sua importância e abrangência a nível cultural, social, intelectual do seu desenvolvimento como um bom falante da língua portuguesa”, sublinhou, referindo também que o ensino da língua portuguesa nas escolas é um grande desafio.
“E, claramente, temos ainda um longo caminho a percorrer até alcançarmos um patamar desejável do uso eficiente da língua portuguesa, tanto por parte dos alunos, mas também o desafio deve ser abraçado por todos os intervenientes educativos e a sociedade de um modo geral”, concluiu.