O desemprego e o emprego precário, assim como problemas de conciliação entre a vida familiar e profissional, maus-tratos, violências e negligências familiares, pobreza e exclusão social, segundo o chefe de Estado, foram “acentuados no actual contexto de estagnação económica por causa da pandemia”.
Jorge Carlos Fonseca fez essas considerações numa mensagem conjunta com a primeira-dama, Lígia Fonseca, dirigida às famílias cabo-verdianas, para assinalar o Dia Internacional da Família, instituído há cerca de 30 anos pelas Nações Unidas.
“Temos olhando com alguma preocupação o crescente número de casos de delinquência juvenil nos meios urbanos, especialmente os rapazes, que abandonam os estudos e enveredam pelo mundo da criminalidade”, refere a mensagem, acrescentando de que é na família que “começa a aquisição e interiorização das normas e valores sociais, bem como das potenciais consequências da sua infração”.
Para o casal presidencial, se as regras e modelos familiares forem contrários às da sociedade normativa, “este contexto pode conduzir à concepção de práticas permissivas de condutas desviantes”.
“É importante que as crianças e os jovens encontrem na família onde crescem pessoas responsáveis capazes de exercer o seu dever de orientar, educar, cuidar e amar respeitando, igualmente, os seus direitos enquanto pessoas em desenvolvimento”, apontou a mesma fonte, realçando que “estes deveres não podem ser negligenciados e a sociedade no seu conjunto deve, também, fiscalizar e sancionar o seu não cumprimento”.
O casal presidencial expressou, ainda, a sua “solidariedade e total afecto” para com famílias afectadas pela pandemia da covid-19, manifestando o desejo para, em breve, as pessoas retomarem o “convívio familiar alargado”.
“A esperança que nos anima é cada vez mais forte face ao programa de vacinação em curso no nosso país, assim como em quase todo o mundo, pelo que fazemos um apelo para que ninguém tenha receio de se vacinar”, lê-se na mensagem, com apelo à confiança na ciência e nas instituições nacionais e nas internacionais que, sublinham, asseguram que as vantagens das vacinas contra a covid-19 “são infinitamente maiores que o risco de não nos imunizarmos”.
Reconhecem que muito tem sido feito para proteger as famílias, designadamente neste momento de maior desemprego, quer pelo Governo quer pelas várias organizações da sociedade civil, sem esquecer o “sempre inestimável apoio das igrejas”.
“[…] Urge fazermos mais e para isso somos todos chamados a colaborar, quer com a adopção de medidas que estejam ao alcance de cada um, quer pela participação activa dos cidadãos no acompanhamento dos processos de decisão e execução políticas”, defenderam o Presidente da República e a primeira-dama.
UCS: Família representa espaço de conforto
Por sua vez, o primeiro-ministro eleito, Ulisses Correia e Silva, destacou, na sua página oficial do Facebook a Família como estando no centro das suas prioridades e “representa o espaço de conforto, di djunta mô e de troca de carinho”.
“É na família que os sentimentos e as emoções mais genuínas são sentidas, com elevado espírito de cuidado e protecção”, revelou.
“Em contexto de pandemia, estou solidário com as famílias que perderam os seus parentes, as que vivem a angústia de não estar perto dos seus entes queridos e todas aquelas que passam pela ansiedade por causa do distanciamento”, escreveu Correia e Silva que assevera o Governo “está focado em ajudar as famílias mais necessitadas e vulneráveis”.
Este ano, para assinalar esta efeméride, as Nações Unidas propuseram uma reflexão sobre «Famílias e Novas Tecnologias».