A presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), Rosana Almeida, avançou à imprensa que esta iniciativa do Ecobank representa um passo “grande” e que a instituição congratula-se com esta acção.
“É um passo grande que se dá. Estamos a ver instituições financeiras a entrarem nesta causa, e preocupadas com a questão de igualdade género, igualdade de oportunidade”, pontuou a presidente do ICIEG, ressaltando que a África “respira futuro”.
O ICIEG, segundo a sua presidente, aplaude esta atitude vinda, sobretudo, do Ecobank, que é liderada por uma mulher “com sensibilidade” e que pensa no empoderamento das outras mulheres, para a retoma da economia após a pandemia causada pela covid-19.
“E quando vemos que no meio de 32 países Cabo verde está incluído e que vamos formar 100 mulheres com oportunidades a acesso ao financiamento e acesso às formações e trocas de experiência dizemos sim, é este o caminho que se quer para a recuperação da economia, mormente a nossa (…)”, frisou Rosana Almeida.
Segundo a mesma, isto demonstra que as mulheres estão “a ser tidas em conta” visto que jamais podem ficar para trás neste processo de retoma da economia, porque se há uma coisa que África precisa evitar são “retrocessos” nos ganhos adquiridos até agora nesta matéria.
Por isso, adiantou, de igual modo, que lá onde, os parceiros e ONG ligados a esta causa, identificar que existe fragilidade, irão juntos interferir e solicitar apoios aos países africanos, e quiçá, também disponibilizam a dar formação a outros países africanos, porque considera que Cabo Verde tem “muito” a oferecer.
Precisou, igualmente, que a África é um continente onde as mulheres lideram o mercado, mas nem por isso têm as mesmas oportunidades, “basta ver quem são as mulheres que estão no sector financeiro”.
“Basta ver que num mundo 66 por cento (%) das mulheres são a força do trabalho, 50 % produzem os alimentos, 10% tem acesso a esse rendimento e quando vamos ver quem é dono de todo esse rendimento 1 a 2 % são mulheres, então é urgente a mudança desse paradigma”, observou.
Deste modo, Rosana Almeida realçou que o ICIEG pretende em Cabo Verde que as instituições financeiras respondem mais a questão do acesso à paridade.
Por sua vez, o responsável de Marketing e Comunicação do grupo Ecobank, Valdir Graça, disse que o programa “Ellevar por Ecobank” consiste em capacitação, uma vez que muitas mulheres não têm todas as valências já que 97% das empresas cabo-verdianas são micro e pequenas empresas, pelo que por vezes não detém de todas as valências que se exige.
De entre elas, destacou, a parte comercial, marketing, financeiros e gestão, de maneira que a ideia é apoiar estas mulheres em todas estas vertentes além da componente financeira, para que suas empresas tenham robustez para posteriormente terem a capacidade de assumir financiamento e outros projectos.
O programa “Ellevar por Ecobank” está orçado, inicialmente, em 50 mil contos cabo-verdianos, conforme informou Valdir Graça, sustentando que a ideia é adaptar à necessidade das mulheres e do mercado, e que querem trabalhar com todas as instituições.