Bestfly vai trazer novos aviões depois de comprar operação da TICV

PorAndre Amaral,10 jul 2021 8:25

Bestfly Worldwide comprou operação da Binter em Cabo Verde. Negócio foi confirmado por Nuno Pereira, único accionista daquela empresa angolana. Valores do negócio não foram revelados. Estado vai ficar com 30% do capital da empresa. TICV, enquanto marca, será reajustada e não continuará a existir.

“O que nos fez avançar para este negócio foi basicamente aquilo que eu já tinha dito quando estive cá em Maio que foi que nós acreditamos no mercado de Cabo Verde e que queríamos continuar a médio-longo prazo, não numa situação de contrato emergencial”, disse, esta terça-feira, Nuno Pereira, director-geral da BestFly , em entrevista ao Expresso das Ilhas.

O negócio prevê uma parceria com o Estado algo que Nuno Pereira explica como sendo “dar a César o que é de César”. “O governo já tinha com os outros accionistas o compromisso de ter 30% da empresa e nós o que fizemos foi honrar esse compromisso”.

Os aviões da Binter que faziam parte do espólio da TICV já não estão em Cabo Verde algo que não representa um entrave para a empresa angolana que vai trazer aeronaves novas “e mais modernas” para a operação de Cabo Verde.

No fundo, explicou Nuno Pereira, “trata-se de um upgrade à operação que existiu até agora em Cabo Verde que tinha aviões ATR 72-500 e nós, conforme o compromisso que fizemos, vamos operar com ATR 72-600”.

A empresa está a operar, desde que assinou com o Estado o contrato de concessão emergencial, com um avião vai em breve aumentar o número de aeronaves disponíveis na frota. “Inicialmente vamos aumentar para dois aviões e estamos em crer que a segunda aeronave estará em Cabo Verde até finais de Junho”.

Quanto à possibilidade de a frota continuar a crescer, Nuno Pereira disse ao Expresso das Ilhas que a companhia tem um plano “mas nem sempre os planos correm como previsto. Mas sim, a ideia é alargar o escopo da operação e provavelmente a marca TICV será reajustada e não continuará como marca, provavelmente”. “Nós temos uma marca própria e muito provavelmente haverá uma nova marca a operar em Cabo Verde”, acrescentou, explicando ainda que a utilização da marca TICV vai acontecer apenas “num período muito breve”.

Já os códigos do ICAO e da IATA que identificam o operador “são para manter, porque são da génese da empresa, mas o call-sign, a imagem comercial da empresa provavelmente serão alterados”.

O valor do negócio, defendeu Nuno Pereira, “não é o mais importante. O mais importante é o compromisso que temos com Cabo Verde, é que nós demonstrámos o nosso compromisso com Cabo Verde e o seu mercado de transporte aéreo e agora estamos a demonstrar isso mesmo com este investimento”.

Reforçando a ideia que a BestFly queria estar presente no mercado nacional, Nuno Pereira explicou que esta “foi a forma mais rápida de executarmos a nossa intenção”.

De recordar que, em declarações à Lusa, Nuno Pereira tinha dito que a BestFly já tinha “antes o objectivo de ter um AOC [Certificado de Operador Aéreo] em Cabo Verde”, pelo que a compra da operação da TICV foi uma oportunidade que não podia ser desperdiçada.

A Binter Cabo Verde foi criada em 2014, como uma companhia de direito 100% cabo-verdiano, que tinha como único accionista a empresa Apoyo Y Logistica Industrial Canária, Sociedade Limitada, tendo sido transformada na actual TICV em 2019, ano em que assinalou um milhão de passageiros transportados entre as ilhas cabo-verdianas.

Até Maio deste ano a TICV era a única companhia que fazia as ligações entre as ilhas do arquipélago, depois da saída da companhia aérea pública TACV, em Agosto de 2017.

Contudo, em Maio último, após um diferendo com as autoridades cabo-verdianas, nomeadamente sobre apoios à companhia devido à pandemia de covid-19, a TICV, liderada pela Binter, deixou de vender bilhetes para a segunda quinzena e desde 16 de Maio que não realiza voos comerciais.

A empresa BestFly Angola (empresa diferente da BestFly World Wide) assumiu em 17 de Maio a concessão emergencial, por seis meses, do transporte aéreo interilhas, por decisão do Governo, face à perspectiva de ausência de voos.

*Com Ag|encia Lusa

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1023 de 7 de Julho de 2021.

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Autoria:Andre Amaral,10 jul 2021 8:25

Editado porJorge Montezinho  em  24 abr 2022 23:20

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