"Não serão desperdiçadas vacinas nenhumas", garantiu hoje o vice-almirante Gouveia e Melo à margem da visita ao Centro de Vacinação de Loures, onde hoje começaram a ser vacinados alguns dos mais de 160 mil jovens de 16 e 17 anos que se inscreveram para este fim-de-semana.
Em causa está a proximidade do fim da validade de cerca de 500 mil vacinas da Astrazeneca que o responsável da 'task-force' explicou que vão seguir em breve para Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e para Timor-Leste: "Estamos a fazer a doação para que as vacinas sejam úteis a outros povos", tais como Angola, Moçambique, Cabo Verde ou Timor-Leste.
Portugal celebrou um protocolo que já permitiu o envio de "mais de 200 mil vacinas", disse Gouveia de Melo, defendendo que deveria haver uma "concertação a nível internacional", para que os países mais ricos pudessem ajudar os mais necessitados.
"Temos de decidir - e não apenas no nosso país, mas nos países mais avançados e com mais capacidade económica - se pudemos ajudar os outros países com menos capacidade económica, porque o mundo bem precisa de solidariedade", defendeu.
O responsável pelo processo de vacinação em Portugal disse não gostar de "desperdiçar uma única vacina", admitindo que num processo logístico que envolve "milhões de doses" é normal perderem-se algumas: "Parte-se um frasco, ou há uma degradação da cadeia de frio".
Até ao momento, segundo números do vice-almirante, perderam-se pouco mais de 20 mil vacinas, o que é "estatisticamente bastante razoável" quando comparado com outros países.
"Claro que não fico contente por termos perdido vacinas, eu queria ter perdido zero", admitiu, recordando que a pandemia de COVID-19 obrigou a montar cerca de 300 centros de vacinação um pouco por todo o país para dar resposta ao programa de vacinação.