Governo mantém fronteiras abertas e analisa medidas a tomar

PorAndre Amaral,4 dez 2021 8:24

A exigência de teste negativo para a COVID-19 à entrada no país é uma das exigências que o governo está a ponderar implementar para fazer face ao crescente número de casos da doença e à nova variante detectada na África do Sul. Encerramento de fronteiras não é opção, assegura o ministro das Administração Interna.

“Nem de longe” disse esta terça-feira o ministro da Administração Interna quando questionado sobre se o governo estará a ponderar o encerramento das fronteiras para fazer face à nova variante da COVID-19 e ao aumento do número de casos da doença a nível internacional.

O Governo está a avaliar possíveis medidas, nomeadamente a exigência de teste à entrada em Cabo Verde, para fazer face ao aumento dos casos de covid-19 a nível internacional, com o surgimento de novas variantes, foi hoje anunciado.

A informação foi avançada pelo director nacional de Saúde, Jorge Noel Barreto, que falava em conferência de imprensa do balanço da situação epidemiológica no arquipélago.

Segundo aquele responsável, uma das medidas que a Direcção Nacional de Saúde (DNS) poderá propor é a retoma da exigência dos testes no momento de entrada de estrangeiros em Cabo Verde, já que, conforme indicou, a nível técnico a OMS não recomenda a suspensão de voos, ou seja, a interrupção de circulação de pessoas e bens.

“Recomenda aos países que optem por outras medidas, nomeadamente o reforço da vigilância nos pontos de entrada e também a vigilância rotineira que é feita para esta situação. Pede também para garantir as condições de diagnóstico, e que as pessoas continuem a cumprir as medidas de prevenção”, explicou.

Jorge Noel Barreto frisou que os vírus circulam independentemente das medidas que são tomadas, lembrando que são “medidas de mitigação”, já que não se consegue eliminar completamente o risco de propagação e de infecção, relativamente a esta doença.

“O objectivo é que não haja casos, mas, havendo, não haja complicações para implicar no congestionamento dos serviços de saúde e também mortes desnecessárias. Por isso, a importância da vacinação e as medidas de prevenção. Em relação à Cabo Verde essas são as alternativas, mas caberá ao Governo tomar a sua decisão final”, indicou.

O director nacional de Saúde garantiu que as autoridades sanitárias estão a fazer o seguimento de perto da situação a nível internacional, mas para já indicou que não há indicadores que parece haver algo de anormal.

“Vamos fazer esse seguimento e prepararmos para a resposta que temos que dar”, disse, sublinhando que não é impossível que esta nova variante entre em Cabo Verde.

“Há sempre esta possibilidade. Temos que ter condições para gerir da melhor forma estas situações”, sustentou.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou hoje aos seus estados-membros acções prioritárias que aumentem o nível de prontidão na resposta à nova variante do coronavírus SARS-CoV-2, Ómicron, como alertas precoces e planos de mitigação nos sistemas de saúde.

Num comunicado hoje divulgado, a OMS pede que os países garantam que têm ao dispor sistemas de alerta precoce e planos de mitigação que mantenham os serviços de saúde essenciais a funcionar por forma a responder a potenciais surtos.

Pede ainda aos Estados que comuniquem regularmente informação científica sobre a Ómicron e outras variantes em circulação do coronavírus que provocam a doença covid-19.

Cabo Verde registou nas últimas 24 horas cinco novos casos positivos, sendo quatro na Praia e um na ilha do Sal, num total de 344 resultados recebidos.

Com a actualização de hoje o país passou a contabilizar 44 casos activos, 37.949 casos recuperados, 349 óbitos, 16 óbitos por outras causas e nove transferidos, perfazendo um total acumulado de 38367 casos positivos.

A nível mundial a covid-19 provocou pelo menos 5.197.718 mortos em todo o mundo, entre mais de 260,81 milhões de infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron foi recentemente detectada na África do Sul e, segundo a OMS, o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1044 de 1 de Dezembro de 2021. 

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Autoria:Andre Amaral,4 dez 2021 8:24

Editado porDulcina Mendes  em  18 jan 2022 23:20

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