Eduardo Tavares diz que a investigação biomédica deve ser tomada como um compromisso, sob a liderança do Ministério da Saúde.
"Este compromisso está já declarado em acções concretas para criar as condições legais e institucionais de suporte à investigação clínica e demais investigações biomédicas. O grande desafio será o de dotar o país de uma lei de investigação clínica e demais investigações biomédicas moderna e convergente, que regule todos os principais aspectos fundamentais, assente em princípios internacionalmente reconhecidos, visando a protecção dos sujeitos que nelas participam", explica.
A conferência está enquadrada no âmbito da da visita de coordenação do Projeto BERC-Luso (Biomedical Ethics and Regulatory Capacity Building Partnership for Portuguese-Speaking African Countries), a Cabo Verde.
A coordenadora do Projecto BERC-Luso, Maria do Céu Neves, diz que o projecto veio despertar nos países lusófonos os prejuízos resultantes de não estarem envolvidos na investigação biomédica, sobretudo na realização de ensaios clínicos no panorama internacional.
"Traz um prejuízo a nível de qualificação de profissionais da saúde e qualificação da prestação de cuidados de saúde, traz um prejuízo a nível de equipamentos e acesso a fármacos de última geração por parte dos hospitais cabo-verdianos. Traz prejuízo à constituição de centros de investigação, nomeadamente nas universidades para desenvolverem linhas de trabalho com interesse para os seus próprios países, traz prejuízo também porque não cria atractividade para os jovens cabo-verdianos que vão fazer a formação fora e que depois acabam por não regressar porque tem outros projectos noutros locais", avança.
Maria do Céu Neves, diz ainda que enquanto Cabo Verde não tiver uma legislação do ponto de vista ético e regulamentada que enquadre a investigação biomédica, e ensaios clínicos de acordo com as boas práticas clínicas internacionais os benefícios associados à investigação permanecerão fora do Pais.