Jacob Vicente diz que os centros de saúde em Cabo Verde têm alguns piscólogos ao serviço, insuficientes para dar resposta à procura.
“Nunca tivemos tanta depressão nos adolescentes como agora, estamos com uma decadência nas escolas a nível de atenção, distracção das crianças, dificuldades na aprendizagem que é uma coisa também terrível. Temos cada vez mais pessoas com cancro, com doenças terminais no país, não é só o aspecto físico, uma pessoa com cancro, ou com qualquer outra doença crónica, precisa de ter um psicólogo para falar, uma pessoa que tem muitas frustrações, que tem muitos recalcamentos. Então é necessário ter uma assistência do psicólogo ”, explica.
Jacob Vicente considera que a saúde mental em Cabo Verde é precária, principalmente porque não há comparticipação da previdência social nas sessões de psicoterapia.
“Se o INPS cobrisse, em vez de 5 [sessões de psicoterapia], podia fazer 15 sessões. Estás a ver o ganho, mais 10 sessões. A saúde mental não é tida nem achada. Uma coisa é o discurso oficial, outra é aquilo que nós temos mesmo na prática. Todas as clínicas no país podem confirmar que as pessoas abandonam simplesmente, não porque querem, porque quando começas a ver melhorias nas psicoterapias ficam muito mais interessadas, mas não podem pagar", afirma
O I Congresso Internacional de Saúde Mental em Cabo Verde tem como principal objectivo trazer à ordem do dia a problemática da Saúde Mental, que constitui um dos maiores desafios das sociedades contemporâneas. O congresso é organizado pelo Centro de Atendimento Psicológico de Jacob Vicente, sob o lema "saúde mental uma necessidade inadiável, um compromisso com todos”. O evento prolonga-se até amanhã.