A informação foi revelada pelo Chefe de Estado cabo-verdiano, esta manhã, na Praia, durante a sua participação na marcha azul, promovida pela Associação Cabo-verdiana de Luta Contra o Cancro.
Carlos Vila Nova iniciaria hoje e até 30 de Novembro uma visita de Estado a Cabo Verde, para o fortalecimento do diálogo e da cooperação bilateral e multilateral entre os dois arquipélagos e o reforço da amizade e cooperação entre os dois povos.
“O Presidente devia visitar Cabo Verde a partir de hoje, a visita como é óbvio foi cancelada e vamos encontrar um novo momento para realizar esta visita. Neste momento estamos a acompanhar com muita preocupação tudo o que aconteceu, houve mortes, vítimas mortais, não sabemos todas as circunstâncias que levaram a estas mortes”, apontou.
José Maria Neves que condenou a “sublevação armada” ocorrida na madrugada da última sexta-feira em São Tomé e Príncipe apelou à “serenidade” para evitar mais derramamento de sangue de modo a criar as bases e as condições para que as circunstâncias destas não se repitam em São Tomé e Príncipe.
Segundo o Presidente da República, trata-se de uma situação difícil e complexa e que deve ser repudiada por todos.
“Em pleno século XXI já não há lugar à sublevação armada, à violência, para pôr em causa as instituições democráticas, a Constituição da República, o Estado de Direito Democrático, é muito grave o que aconteceu é uma má notícia para São Tomé e Príncipe”, considerou.
O Chefe de Estado cabo-verdiano disse ainda esperar que São Tomé e Príncipe consiga a estabilidade mais rapidamente possível e assim lançar as sementes para o seu desenvolvimento sustentável.
Segundo o chefe do Governo santomense, Patrice Trovoada, a “tentativa de golpe” começou por volta das 00:40 (hora local, menos uma hora em Cabo Verde) e “teve o seu desfecho, em termos operacionais, pouco depois das 06:00”.
Em declarações à Lusa, fonte ligada ao processo disse que os militares levaram Arlécio Costa para o quartel, onde veio a morrer, por causas por explicar.
Quanto aos três assaltantes, encontravam-se numa sala no quartel com o oficial de dia como refém e ficaram feridos quando os fuzileiros fizeram explodir a porta.
Os assaltantes teriam actuado com a cumplicidade de militares no interior do quartel, tendo pelo menos três cabos sido detidos. No exterior, cerca de 12 homens aguardavam, em carrinhas, e alguns fugiram durante as trocas de tiros com os militares.
Os atacantes e os militares envolveram-se em confrontos, tendo o oficial de dia sido feito refém e ficado ferido com gravidade após agressões.
Ao início da manhã, os militares detiveram, nas suas respectivas casas, o ex-presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves, actualmente deputado pelo movimento Basta, e Arlécio Costa, antigo oficial do `batalhão Búfalo` que foi condenado em 2009 por uma tentativa de golpe de Estado, alegadamente identificados pelos atacantes como mandantes.