Tal comportamento, afirmou José Maria Neves no seu discurso na cerimónia de comemoração do 56º aniversário das Forças Armadas de Cabo Verde, que aconteceu na cidade da Praia, possibilitou que todo o processo decorresse “sem sobressaltos, na tranquilidade e em segurança, com respeito escrupuloso pelas escolhas feitas nas urnas”.
Ainda nas suas declarações, o mais alto Magistrado da Nação destacou também o “papel crucial” das Forças Armadas na antecâmara do período que antecedeu o Dia da Independência Nacional, 5 de Julho de 1975.
“As Forças Armadas de Cabo Verde, ao longo dos anos, têm-se revelado portadoras de uma credibilidade crescente e alicerçada numa exemplar postura republicana, de respeito pela Constituição e de garante do Estado de Direito Democrático, que proporcionaram as condições ideais de estabilidade, segurança e tranquilidade, constituindo recursos estratégicos para o desenvolvimento e o prestígio do país”, afirmou.
O Presidente da República, que é a luz da Constituição da República o Comandante Supremo das Forças Armadas, frisou que esse clima de paz social permitiu que todas as energias fossem mobilizadas e canalizadas para as ingentes tarefas de construção do país e a realização de conquistas socioeconómicas de que hoje todos se orgulham.
“Vale a pena realçar que os primeiros passos como nação independente deste arquipélago, com uma natureza agreste e desprovida de recursos, foram muito desafiantes, pelo que seria necessário um forte sentimento patriótico, de profundo amor ao país, para se poder enfrentar as tarefas hercúleas que se punham na altura, para garantir a sobrevivência do novo Estado e ensaiar o caminho do desenvolvimento”, completou.
É neste contexto que, entende José Maria Neves, que as Forças Armadas tiveram um “papel inspirador e mobilizador” para uma “juventude ávida” de poder participar na construção dos alicerces de um país nascente.
“Essa mentalidade de amor à pátria, de abnegação, de resistência, de entrega a uma causa comum, de disponibilidade para o sacrifício e para o trabalho árduo, de ser forte e resiliente, a capacidade para enfrentar desafios, foram determinantes para cativar a juventude cabo-verdiana, pelo exemplo, para as grandes causas nacionais”, completou.
Mais à diante, disse que “felizmente”, as Forças Armadas de Cabo Verde têm sido uma escola de virtudes e de cidadania, sendo que essa atitude de pedagogia tem perdurado ao longo do tempo e tem servido de exemplo.
“Assim se explica que várias gerações de jovens tenham se interessado, acabando por se integrar nesta instituição castrense como pupilos, tendo adquirido formação e destacando-se hoje como quadros respeitados e contribuindo activamente para o desenvolvimento de Cabo Verde nos mais diversos domínios, desde a música às engenharias, desde o desporto à aeronáutica civil”, frisou.
O Chefe de Estado aproveitou ainda a oportunidade para congratular o governo pelos esforços no sentido da efectivação da Reforma das Forças Armadas, processo em que, disse, a consolidação e o reforço do papel da Guarda Costeira afiguram-se como essenciais, tendo em conta as suas tarefas actuais e a sua capacitação para novas missões.
“Cabo Verde se revê nas suas Forças Armadas, e eu, enquanto Presidente da República e Comandante Supremo, reitero as minhas felicitações, confiante de que continuarão a ser uma das instituições mais prestigiadas do país, consolidando o espírito de comunidade nacional, nas ilhas e na diáspora, prosseguindo comprometidas com as causas e os objectivos da nossa Pátria, com o empenho e sentido de missão de sempre”, concluiu.