“Ninguém é melhor que ninguém. Todo o mundo é alguém. Por isto, é preciso que continuemos a preservar os valores e preservar, com toda a dificuldade vivida no passado e no presente, a mensagem e Evangelho, expressada nas relações socias, ainda que com muito sacrifício e muita luta pelo trabalho, luz e presença transformadora de Jesus Cristo”, disse Dom Arlindo Furtado.
"Alegrai-vos! O Senhor fez maravilhas em favor do Seu povo", este o título da Carta Pastoral com que os Bispos de Cabo Verde convidam para o Decénio jubilar pelos 500 anos da criação da Diocese de Santiago e que tem por lema "ide e ensinai e Eu estarei sempre convosco".
“Nós, os Bispos de Cabo Verde, juntos convocamos todos os católicos das nossas dioceses e toda a nação cabo-verdiana, no território nacional e nos países de emigração, para as celebrações jubilares dos 500 anos da Diocese de Santiago”, sublinham o Cardeal Dom Arlindo Furtado, Bispo da Diocese de Santiago e Dom Ildo Fortes, Bispo da Diocese de Mindelo.
Nas 28 páginas da Carta, articulada em dois capítulos, uma introdução e uma conclusão, os dois bispos evocam a data da criação da Diocese de Santiago, justificam as razões do jubileu e ilustram o projecto de celebração. A fechar a Carta, uma oração para o jubileu.
Foi no 31 de Janeiro de 1533 que, com a bula Pro Excellenti Praeeminentia, o Papa Clemente VII criou a Diocese de Santiago. Para além das ilhas de Cabo Verde, essa Diocese abrangia um território que hoje corresponde total ou parcialmente ao Senegal, Gambia, Guiné-Bissau, Guiné Conacri, Serra Leoa, Libéria, Mali e o Burkina-Faso.
“O crescimento da Igreja em Cabo Verde é motivo de júbilo”, referem os bispos na carta, detendo-se sobre o número de paróquias (43) e outras infraestruturas, o empenho dos cristãos, o intenso serviço da palavra também junto das comunidades emigradas em África, Europa, América, tudo no espírito de que “O homem é a via da Igreja. Ela deve velar para que a vida do homem se torne mais humana (…)”.
No documento, avança-se que as celebrações terão lugar em três fases. Na primeira (2023-2025) pretende-se debruçar sobre o percurso da Diocese, das origens até ao presente, sendo as celebrações centrais, ao longo deste ano, em Ribeira Grande de Santiago (Cidade Velha); em 2024 serão nas Américas e em 2025 na Europa. Já a segunda fase (2026-2028) será sobre os desafios da Igreja de hoje; e a terceira (209-2031) sobre o futuro da Igreja no terceiro milénio.