Segundo Geremias Furtado, em declarações à Inforpress, no âmbito do Dia Mundial da Liberdade de imprensa, que se assinala hoje, esta precariedade laboral pode representar “um dos maiores entraves” à independência e a capacidade de os jornalistas realizarem o seu trabalho de uma forma “livre e eficaz”.
“Porque entendemos que a falta de instabilidade financeira e de condições de trabalho adequadas pode levar a dependências dos meios da comunicação social em relação a fontes de financiamento externas, como empresas privadas ou até governamentais”, afirmou.
“Isso pode resultar em conflitos de interesses e uma maior vulnerabilidade a pressão política e económica”, indicou este responsável da AJOC.
Além disso, acrescentou que a precariedade laboral pode levar a falta de protecção social e a vulnerabilidade de jornalistas a ameaças e pressões de retaliação, afiançando que isso pode prejudicar a sua independência e capacidade de investigar e relatar de forma livre e independente afirmou.
Por outro lado, Geremias Furtado, assegurou que Cabo Verde tem avançado e atingido nos diferentes parâmetros a sua independência, sobretudo nos campos da garantia de liberdade.
“Chamamos atenção que não devemos nos contentar e estar a nivelar por baixo e exigir sempre mais”, declarou o sindicalista.
Questionado sobre o estado da liberdade de imprensa no País, afirmou que de acordo com o último relatório de repórteres sem fronteiras Cabo Verde perdeu nove posições no ranking, pois estava na posição 27 posição, e passou para a 36, que, segundo diz, é “um sinal preocupante” para a saúde da liberdade de imprensa no País, pois, em comparação com outros países, a liberdade de imprensa pode estar “piorando”.
“É um sinal preocupante quando sabemos que a liberdade de imprensa é um indicador importante da saúde da democracia e a sua deterioração pode ter interpretação sérias para transparência e na prestação de contas e no acesso à informação”, assegurou a mesma fonte.
No seu entender, é importante que haja um esforço, sobretudo das autoridades para garantir que os jornalistas possam trabalhar livremente, sem medo de intimidação e retaliação.
E que os meios da comunicação possam funcionar de forma independente sem interferência política ou económica, o que inclui, segundo disse, garantir a protecção das fontes, transparência e promoção de um ambiente propício ao jornalismo investigativo e a cobertura crítica das questões “actuais importantes da sociedade”.
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado desde o ano de 1993, visa promover os princípios fundamentais da liberdade de imprensa, combater os ataques aos media e impedir as violações à liberdade de imprensa e lembrar os jornalistas que são vítimas de ataques, capturados, torturados ou a quem são impostas limitações no exercer da sua profissão.