O responsável da organização não-governamental, que disse ter recebido reclamações de cidadãos de São Vicente e também da cidade da Praia, apontou a situação vista hoje, no Mindelo, onde a embaixada está a realizar uma permanência consular até dia 30.
“É lamentável que os cidadãos tenham que dormir ao relento e outros pagarem pessoas entre 1.000 a 4.500 escudos para guardarem um lugar na fila para que possam conseguir fazer a sua marcação no Centro Comum de Vistos”, sustentou Orlando Lima.
Daí, que, segundo a mesma fonte, a permanência consultar em São Vicente, o atendimento, a comunicação, entre outras situações relativas ao agendamento devem merecer uma “especial atenção” das autoridades competentes, neste caso da embaixada portuguesa, “por forma a evitar que esta imagem de profunda humilhação e, também, degradante se repita”.
Orlando Lima alertou ainda as autoridades a não se esquecerem que cidadãos das outras ilhas se deslocam para São Vicente e Praia na tentativa de conseguir uma marcação pelo que, igualmente, é “imperioso” encontrar mecanismos para permitir um melhor acesso aos serviços consulares.
“Convém ter em devida conta que a dignidade humana é um direito fundamental de todos e um valor inalienável, pelo que as instituições devem zelar pelo seu rigoroso cumprimento”, concretizou o presidente do Observatório da Cidadania Activa.
Tal como noticiou a Inforpress na manhã de hoje, mais de 500 pessoas acercaram o largo da Assembleia Municipal de São Vicente, local escolhido pela Embaixada de Portugal para o serviço de agendamento e entrega de passaportes, com uma fila que ia desde a porta, na Rua São João, contorna a esquina e ainda se alonga pela extensão da Rua Moçambique.
Entretanto, a “saga” iniciou-se desde domingo, 25, com pessoas a marcarem lugares com cadeiras, pedras e outros objectos e, inclusive, com alguns “negociantes”, segundo informações colhidas pela agência de notícias no local, a viraram a madrugada e hoje vendendo os lugares por preços que vão desde mil escudos até os cinco mil.
Uma situação, que Neusa Silva e outros entrevistados classificaram como de “humilhação” já que os europeus quando viajam para Cabo Verde “entram sem nenhum problema”.