O profissional de saúde falava, em entrevista à Rádio Morabeza, à margem do 5º Congresso Internacional da Ordem dos Médicos de Cabo Verde, que decorre em São Vicente.
“Vai ser um hospital referência de Cabo Verde. Neste hospital, fundamentalmente vamos ter que investir em especialidades para reduzir as evacuações. Têm a ver sobretudo com a oncologia, radioterapia, cardiologia interventiva, radiologia interventiva e transplante, sobretudo de doentes renais”, defende.
O governo apresentou a 3 de Março de 2021 o projecto do Hospital Nacional de Cabo Verde, orçado em 7,2 mil milhões de escudos, com previsão de conclusão em quatro anos.A infra-estrutura pretende melhorar o nível de cuidados de saúde e reduzir as evacuações externas.
Quanto a outros desafios, o bastonário aponta a necessidade de um maior investimento nos cuidados primários como pedra basilar para um bom sistema nacional de saúde.A falta de médicos especialistas é a maior preocupação.
“Para os cuidados primários, a formação em medicina geral e familiar é fundamental em qualquer país do mundo. Em Cabo Verde, ainda só temos três médicos formados em medicina geral e familiar. Temos agora cerca de 25 a fazer a formação em medicina geral e familiar entre Portugal e Cabo Verde. De certeza no próximo ano, nos meses de Abril ou Maio teremos os médicos a trabalhar nos cuidados primários. Nem todos os centros de saúde vão ter esses especialistas. Seria bom para cada centro ter pelo menos três, quatro ou cinco médicos formados na área. Só assim teríamos a hipótese de ter capacidade e competência para prestar cuidados de saúde com mais valência”, defende.
O 5º Congresso Internacional da Ordem dos Médicos decorre entre esta quinta e sexta-feira, em São Vicente, sob o lema “Inovar para aumentar o acesso à saúde”.