Presidente da República pede ponderação aos sindicatos que se reunirão para traçar novas formas de luta

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,4 dez 2023 17:00

Os três sindicatos dos professores mantiveram hoje, na Praia, um encontro com o Presidente da República José Maria Neves que pediu ponderação aos mesmos, mas os sindicalistas devem reunir-se ainda esta semana para traçar novas lutas.

Em declarações à imprensa no final da reunião o presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep), Jorge Cardoso, adiantou que o Chefe de Estado demonstrou que está “sensível” às reivindicações da classe docente e os aconselhou a ponderar, mas, vincou, a “luta” vai continuar.

“O conselho que deixou é à ponderação. Disse que vai concertar, vai exercer a sua influência junto do Governo para atender às reivindicações dos professores”, disse o sindicalista sublinhando que estas acções não têm nada a ver com a política nem com as eleições iminentes.

“Os professores estão cansados e nós, enquanto representantes legítimos dos professores, estaremos disponíveis para os apoiar até às últimas consequências”, realçou Jorge Cardoso que apontou para a convocação de uma próxima greve enquanto os outros sindicatos falam em reunir-se ainda para consertar melhor.

“A partir do dia 15 anunciaremos uma greve, até ao final do mês, para não haver avaliações porque o Governo não quer saber. Sabemos que em Dezembro, se calhar, não terá impacto, mas no final do ano lectivo estaremos novamente na disposição de legitimar os professores para não fazerem as avaliações”, afirmou.

Por sua vez, a presidente do Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof), Lígia Herbert, expressou sua satisfação após o encontro, acreditando que esta situação tomará outros rumos e que será possível alcançar um entendimento entre o Governo e os sindicatos.

“Acreditamos que o Chefe de Estado é aliado de todos os trabalhadores em Cabo Verde e acreditamos também que seja o nosso aliado nas reivindicações quando elas são justas e legitimas”, disse enfatizando que estão a aguardar, também, um posicionamento público do próprio Presidente da República.

Sobre a possível greve avançou que é preciso pensar com ponderação, devido aos alunos, ressalvando que as próximas formas de luta serão decididas em concertação com os três sindicatos que irão reunir-se ainda esta semana.

“‘A posteriori’ iremos dizer exactamente o que é que vai ser feito e como vai ser feito, mas que seja tudo baseado na ponderação e na legalidade”, sustentou Lígia Herbert.

“Nós faremos todas as formas de luta possíveis para que a classe seja dignificada”, disse a sindicalista, não descartando a possibilidade de congelamento das notas.

Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Professores de Santiago (Siprofis), Abraão Borges, referiu que ficou satisfeito com o encontro com o Chefe de Estado, porque certos termos técnicos que os sindicatos não estavam em condições de interpretar ficaram esclarecidos.

“Por exemplo, em relação ao quadro especial que referíamos muito que tem a ver mais com a questão do quadro privativo que nós somos em vez de quadro especial, então nesse domínio nós temos muita coisa nesse momento a ponderar e a analisar. Outro exemplo, estamos a sair de uma greve em que estamos à espera da contraproposta para a analisarmos e ver que caminho nós daremos futuramente”, indicou.

Segundo Abraão Borges há outros pontos que devem ainda ser analisados novamente para ver até que ponto, os sindicatos devem ceder ou avançar para novas formas de lutas.

“Os pontos que estamos a reivindicar têm de ser resolvidos o mais rápido possível e nós vamos analisar, porque o Governo não nos deu ainda nenhuma contraproposta em relação ao salário, então, assim que nós recebermos uma contraproposta em relação ao salário, se não nos satisfizer iremos traçar novas lutas de uma forma mais musculada”, declarou o sindicalista.

Por fim, concordou que caso não haja um consenso entre o Governo e os sindicatos, estes últimos analisarão qual será o melhor caminho a seguir, salientando que o congelamento das notas é uma das “armas” a serem utilizadas, mas tudo dentro da legalidade.

Para além da resolução das pendências, a reivindicação maior dos professores tem a ver com a actualização salarial na ordem dos 36 por cento, aumentando do salário de ingresso dos actuais 78 mil escudos para 107.471$00, no sentido de ser equiparar os salários dos professores ao dos outros quadros privativos da administração pública cabo-verdiana.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,4 dez 2023 17:00

Editado porAndre Amaral  em  2 mai 2024 23:28

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