Cabo Verde está a trabalhar para a implementação, “rapidamente”, de um Comité Interministerial para as Mudanças Climáticas”. A informação foi avançada pelo ministro da Agricultura e Ambiente (MAA), Gilberto Silva, no Dubai, durante a COP28.
O governo lembra que o arquipélago faz parte dos países que contribuem muito pouco para o aquecimento global, mas paga uma factura muito grande com os choques climáticos.
“Sobretudo secas, mas também temos outros fenómenos extremos, como chuvas torrenciais que danificam muita coisa em termos de agricultura, mas também das infra-estruturas”, sintectiza o governante.
Agora, para melhorar a governança climática, o país prepara-se para criar um Comité Interministerial para as Mudanças Climática, com foco no desenho e execução de políticas públicas.
“Há um rol de instrumentos que compõem a governança climática, para nos tornarmos, também, muito mais eficientes”, explica o MAA.
Como muitos outros estados, Cabo Verde está expectante em relação à operacionalização do Fundo de Perdas e Danos, aprovado na COP27 e que marcou a agenda da COP28. A tutela da Agricultura e Ambiente espera para ver e, a seguir, estabelecer prioridades a nível de projectos elegíveis para as verbas. O executivo compromete-se a trabalhar pela “transparência no acesso” aos fundos.
Na semana passada, no Dubai, Gilberto Silva expressava à Rádio Morabeza e ao Expresso das Ilhas a vontade nacional de ver avanços concretos nos mecanismos de protecção dos pequenos estados insulares em desenvolvimento (SIDS), com “passos importantes” na disponibilização efectiva de recursos de mitigação e adaptação e implementação de mecanismos de protecção climática.
*com Nuno Andrade Ferreira
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1150 de 13 de Dezembro de 2023.