Esta informação foi avançada hoje à Inforpress pela presidente do Sindprof, Lígia Herbert, após um encontro com o Ministério da Educação e com a Direção Geral do Trabalho, mais os representantes do núcleo de professores responsáveis pela manifestação ocorrida no dia 18 de Outubro.
A reunião teve como propósito chegar a um entendimento, isto tendo em conta, segundo o Sindprof, o “fracasso” das negociações com a tutela, visando a resolução pacífica das reivindicações da classe docente, que vão desde as pendências à equiparação salarial.
Segundo afirmou, os representantes da tutela não apresentaram nenhuma contraproposta e estavam à espera que o Sindprof novamente apresentasse contraproposta quando este sindicato já havia apresentado uma proposta, com o pedido de aumento salarial de 78.678 escudos para 107.471 escudos de salário base.
Acrescentou ainda que o que tiveram foi “manobras dilatórias” para catapultar novamente o Estatuto, enquanto que, frisou, outras classes tiveram atualizações salariais sem mudança de Estatuto.
“Podemos dizer que o pré-aviso de greve por tempo indeterminado vai continuar, porque é preciso respeitar a classe, se eles tivessem resolvidos o problema do professor desde a mudança de nível que é automático, e que nunca mudaram ninguém, neste momento não estaríamos a falar da questão da actualização salarial”, disse.
Neste sentido, prosseguiu, vão ficar à espera que o Governo, através do primeiro-ministro, tenha em conta as reivindicações da classe docente e os chame para sentarem à mesa também e os diga o quê que eles têm no quadro do orçamento para os professores de Santo Antão a Brava, a nível percentual.
“É isso que nós aguardamos, porque este silêncio ensurdecedor do primeiro-ministro já faz mufla na própria sociedade, e então, é isso que nós estamos à espera, o professor vai continuar em luta, nós não vamos parar e não vamos temer nada, nem ninguém”, declarou.
Lígia Herbert adiantou que a greve terá início no dia 27 deste mês, e vai ser trabalhada agora, de acordo com escolas e com as ilhas, salvaguardando sempre os alunos, enquanto aguardam posicionamento do Governo.
Assegurou que a plataforma dos professores trabalha em consonância com todos os sindicatos que continuem ao lado dos professores, e que as lutas serão feitas em todas as frentes.
O Governo prometeu rever o aumento salarial no quadro da actualização da tabela remuneratória dos professores prevista com a revisão do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente (ECPD), cujo processo está em andamento e deverá ficar concluído em Maio de 2024.
Os professores pedem, ainda, a conclusão de reclassificações, promoção automática, regularização da atribuição dos subsídios por não redução da carga horária até 2024, melhorar a carreira dos mestres, doutores e professores universitários, regularização da carreira das educadoras de infância, regularização do processo de transição dos professores e revisão do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente.